A Very Brief Introduction to Open Access por Peter Suber
A literatura de acesso aberto, ou open access (OA) é digital, gratuita, está disponível na internet e carece de quase todas as restrições de copyright e licenças. Isso é possível graças à internet e ao consentimento do autor ou do detentor do copyright.
O acesso aberto é completamente compatível com o processo de revisão pelos pares, e a maioria das iniciativas científicas e acadêmicas de OA insiste em sua importância. Do mesmo modo como os autores doam seu trabalho, os editores e revisores acadêmicos fazem o mesmo ao atuar com o OA.
A literatura OA não é produzida de forma gratuita, muito embora seja mais econômica do que a literatura publicada convencionalmente. A questão não se refere à proposição de que a literatura acadêmica seja gratuita, mas, sim, de repensar melhores maneiras de financiá-la, que não sejam impingindo custos aos leitores e criando barreiras ao acesso. Os modelos de negócios para pagar os custos dependem de como se oferece o acesso aberto.
Existem duas formas básicas de prover acesso aberto a artigos de pesquisas: (1) as revistas de acesso aberto e (2) repositórios de acesso aberto.
(1) Revistas de acesso aberto
As revistas OA realizam o processo de revisão pelos pares e a seguir publicam os conteúdos aprovados de maneira gratuita na web. Os gastos consistem no processo de revisão, na preparação dos manuscritos e no espaço no servidor.
As revistas OA pagam os gastos da mesma maneira que o fazem meios de comunicação como rádio e TV: aqueles que estão interessados em divulgar conteúdo pagam os custos de produção, de modo que o acesso é grátis para qualquer interessado que conte com o equipamento adequado para acessá-lo. Às vezes isso significa que a revista recebe subsídio de universidades ou da sociedade a que pertence para custear a produção. Outras vezes significa que a revista cobra uma taxa de processamento aos autores ou financiadores dos autores (empregador, agência de fomento) dos artigos aceitos.
As revistas OA que cobram taxas de produção usualmente renunciam a elas em caso de dificuldade econômica. As revistas com subsídios institucionais tendem a não cobrar taxas de produção.
As revistas OA podem contar, algumas vezes, com pequenos subsídios ou taxas com a inserção de outras publicações, publicidade, agregados ou serviços auxiliares. Algumas instituições e consórcios fazem acordos para descontos das taxas. Alguns editores de revistas OA desconsideram as taxas para todos os pesquisadores afiliados a instituições que mantenham anuidades em dia. Existe um grande número de possibilidades criativas para encontrar formas de financiar os custos das revistas OA, e estamos longe de esgotar nossa imaginação e inteligência com isso.
(2) Repositórios OA
Os repositórios OA simplesmente disponibilizam conteúdos gratuitamente na web e não realizam o processo de revisão pelos pares. Podem conter pré-prints (trabalhos antes de passar pelo processo de avaliação pelos pares), postprints (trabalhos aprovados após revisão pelos pares) ou ambos.
Os repositórios podem pertencer a uma instituição (como universidades ou associações) – são classificados de institucionais – ou podem ser temáticos, quando focados na produção de uma área específica do conhecimento, por exemplo, física ou economia.
Os autores podem arquivar pré-prints sem necessitar de permissão alguma, e a maioria das revistas já permite que os autores arquivem os postprints.
Quando os repositórios possuem o protocolo OAI/PMH (Open Arquives Initiative – Protocol for Metadata Harvester), tornam-se assim interoperáveis, e os usuários podem encontrar os conteúdos sem importar em que repositório estão armazenados ou quem os contém. Existem hoje softwares livres, em uso no mundo inteiro, que permitem construir e manter repositórios compatíveis com o OAI. Os custos de um repositório são mínimos: um pouco de espaço em disco e uma fração do tempo de um técnico.
Tradução livre: Sueli Mara S.P. Ferreira – smferrei@usp.br