O 2º Congreso Iberoamericano de Ciencia Abierta está com chamada aberta para submissão de trabalhos até o dia 15 de agosto de 2025 (23h59 UTC-5). O evento se propõe a ser um espaço de diálogo entre Academia, Estado e Sociedade Civil, promovendo a ciência como direito e bem comum, com base em princípios de inclusão, abertura, participação e responsabilidade.
CAPES acaba de publicar o Relatório de Atividades Grupo de Trabalho Acesso Aberto, criado em 2023 para, por exemplo, realizar estudos e propor critérios sobre financiamento de taxas de publicação de artigo em revista nacionais e internacionais.
Os integrantes do grupo de trabalho definiram a atuação do Programa de Apoio à Disseminação de Informação Científica e Tecnológica (Padict), que enfocou o financiamento de publicação de artigos em acesso aberto junto às editoras contratadas pelo Portal de Periódicos. O objetivo é garantir equidade regional, social e de gênero entre os atendidos por essa iniciativa.
O relatório também traz os resultados das discussões sobre infraestrutura adequada para que os pesquisadores brasileiros possam publicar artigos em revistas reconhecidas globalmente, sem custos adicionais, para aumentar a visibilidade e o impacto dos seus trabalhos.
O grupo de trabalho buscou alternativas e soluções para contribuir com o aumento da visibilidade da produção científica brasileira, associada a um modelo sustentável no pagamento de taxas de publicação.
As discussões realizadas indicam que, no momento, a celebração de acordos transformativos, que preveem publicações ilimitadas, é o caminho mais adequado.
O GT realizou uma análise do contexto e dos desafios, como a mercantilização do Acesso Aberto por parte de editores, que impõe um alto custo de APCs (Article Processing Charges); a apropriação indevida dos conceitos de Acesso Aberto e a insustentabilidade do modelo financeiro baseado exclusivamente em APCs.
Diante desse cenário, propõe-se a assinatura de acordos que contemplem o pagamento de APCs ilimitadas e o fortalecimento das revistas nacionais.
A proposta é convergir esforços na busca da promoção e democratização do conhecimento e o fortalecimento da produção acadêmica nacional com vistas a aumentar a visibilidade da ciência brasileira e consolidar sua presença no cenário global.
Por se tratar de temática atual e dinâmica, sugere-se a continuidade das discussões.
De caráter consultivo, o Grupo de Trabalho Acesso Aberto foi instituído pela Portaria nº 276/2023, de 5 de dezembro de 2023, como uma das ações do Padict, regulamentado pela Portaria nº 275/2023, na mesma data. O Padict pretende, por exemplo, fomentar os programas de pós-graduação, a formação de professores da educação básica e a disseminação da produção científica.
Os integrantes propõem a convergência de esforços para promoção e democratização do conhecimento e o fortalecimento da produção acadêmica nacional com vistas a aumentar a visibilidade da ciência brasileira e consolidar a presença no cenário global.
Além da CAPES, participam o Ministério da Educação (MEC); o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG); o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap); a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT); o Scientific Electronic Library Online (SciELO); o Fórum de Pró-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (Foprop); a Associação Brasileira dos Editores Científicos (Abec); a Academia Brasileira de Ciências (ABC); a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); e a Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias.
A Universidade do Minho (Portugal) estabeleceu uma nova Política de Ciência Aberta, formalizada pelo Despacho RT-91/2025. Passa assim a dispor de um conjunto de orientações – atualizadas e alinhadas com entidades de referência na área – que valorizam a abertura, transparência, reprodutibilidade, credibilidade, eficiência e qualidade da investigação, visando o reforço do sistema científico e um seu maior reconhecimento pelos cidadãos.
A UMinho é, aliás, pioneira no acesso aberto ao conhecimento e ciência aberta, com o primeiro repositório institucional na lusofonia em 2003 (RepositóriUM), uma política de autoarquivo da produção científica desde 2005 e um repositório de dados de investigação desde 2020 (DataRepositóriUM). Além disso, é cocoordenadora do projeto Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) e do Repositório Científico da CPLP, cofundadora das organizações internacionais COAR, OpenAIRE AMKE e CoARA e subscritora das declarações DORA e de Barcelona.
O documento agora publicado incide em todo o espectro da ciência aberta, incluindo o acesso aberto a dados de investigação, recursos educativos abertos, ciência cidadã, código aberto e práticas de inovação aberta. Por outro lado, reforça o alinhamento com financiadores públicos nacionais e internacionais, o depósito obrigatório de publicações no RepositóriUM, com os livros e capítulos de livros como categorias relevantes (admitindo períodos de embargo), o uso de licenças abertas normalizadas e, ainda, orientações claras de gestão, depósito e abertura de dados científicos segundo os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable). Adicionalmente, valoriza princípios de avaliação da investigação e dos cientistas que contrariem o uso inadequado de métricas e que promovam a diversidade de práticas de ciência aberta.
O ecossistema da Ciência Aberta acaba de dar um passo significativo com a integração entre o OpenAlex e o DSpace.
Em parceria com a Universidade de Cambridge, a 4Science reforçou a interoperabilidade no DSpace para proporcionar repositórios mais ricos e com melhor qualidade de dados. Tem como objetivo enriquecer a informação académica e simplificar os fluxos de trabalho na investigação científica.
Esta é uma reprodução da matéria publicada no Blog da RCAAP.
O que é o OpenAlex?
É uma plataforma inovadora que oferece acesso gratuito a milhares de publicações científicas, investigadores, instituições e fontes académicas. A integração com o DSpace simplifica e acelera a introdução de publicações e outras entidades, garantindo um repositório sempre atualizado e abrangente. Através das funcionalidades existentes de importação em tempo real, os utilizadores poderão importar itens completos com metadados, tanto a partir do MyDSpace como através das sugestões dedicadas a administradores e utilizadores da plataforma.
A importação de fontes externas, acessível através do MyDSpace, permite a pesquisa direta na base de dados do OpenAlex e integra os resultados selecionados no DSpace, preenchendo automaticamente o formulário de submissão com os metadados importados. As entidades suportadas por esta integração incluem Publicações, Revistas, Pessoas e Unidades Organizacionais, proporcionando uma gestão de conteúdos mais avançada e abrangente.
Graças ao processo de sugestões do carregador de importação, a página administrativa dedicada à reivindicação de publicações irá sugerir conteúdos a adicionar ao repositório. Além disso, os utilizadores receberão notificações ao iniciar sessão com sugestões de publicações, revistas e unidades organizacionais que podem ser integradas no DSpace, contribuindo para o enriquecimento dos metadados.
A partir da versão 9.0 do DSpace, lançada recentemente, os utilizadores passam a poder importar metadados diretamente do OpenAlex. Esta funcionalidade também está disponível para a versão 8.1 através de um patch específico.
A integração permite:
Importação automática de metadados: facilitando o registo de publicações com dados completos e atualizados.
Sugestões inteligentes de conteúdos: com base em perfis institucionais e áreas de investigação.
Melhoria da qualidade dos registos: através de ferramentas de validação e enriquecimento de dados.
Promoção da Ciência Aberta: ao facilitar o acesso e a partilha de conhecimento científico de forma transparente e colaborativa.
A 4Science sublinha que esta colaboração com o OpenAlex representa um avanço estratégico para instituições académicas e centros de investigação que pretendem modernizar os seus repositórios e alinhar-se com as melhores práticas internacionais de acesso aberto.
Saiba como utilizar visualizando um vídeo com o passo a passo da interface do utilizador do OpenAlex:
Post escrito com base na notícia original disponível aqui.
A Fundação Openlab Ecuador, a Rede Livre de Pesquisa em Conhecimento, Software e Hardware, a Universidade UTE e o escritório da UNESCO no Equador anunciam a abertura de convocatórias para o 2º Congresso Ibero-Americano de Ciência Aberta, que será realizado de 25 a 27 de novembro de 2025 em modo híbrido de Quito, Equador.
Este congresso busca gerar um espaço de diálogo ibero-americano entre a academia, o Estado e a Sociedade Civil sobre o direito à ciência, promovendo transformações em direção a uma ciência mais inclusiva, aberta, participativa e responsável. O evento segue o sucesso do primeiro congresso em 2022, que contou com 357 participantes, 43 apresentações e 9 eventos satélites regionais.
Modalidade híbrida e participação livre
As apresentações dos trabalhos serão realizadas online e os discursos presenciais em Quito, com streaming para garantir a acessibilidade global. A participação é totalmente gratuita, incluindo a inscrição para trabalhos e a frequência às atividades.
Conheça a nova edição especial da revista Ciência & Cultura.
“É com grande satisfação que compartilhamos com vocês a nova edição especial da revista Ciência & Cultura, dedicada ao tema Ciência Aberta — um movimento que está transformando as formas de produzir, compartilhar e reutilizar o conhecimento científico em escala global.
Como sabemos, o conhecimento cresce quando é compartilhado. E é exatamente essa a essência da ciência aberta: acelerar descobertas, fortalecer a confiança pública e aproximar a sociedade da produção científica.
Muito mais do que um conceito único, trata-se de uma prática dinâmica, colaborativa e inclusiva, que envolve múltiplos atores, contextos e abordagens.Nesta edição especial, oferecemos um panorama rico, diverso e instigante sobre as muitas camadas da ciência aberta no Brasil e no mundo.
São análises, artigos, entrevistas, vídeos e podcasts que exploram desde a criação de dados e métodos abertos até as políticas públicas, tecnologias, custos e formas de engajamento da sociedade.
Destacamos ainda importantes recomendações internacionais, como as diretrizes da Unesco, fruto de dois anos de consulta global, e iniciativas como a Research Data Alliance, o World Data System e a Research Software Alliance, todas comprometidas com o fortalecimento da ciência aberta em nível global.
Como bem lembram as editoras científicas deste número, Claudia Bauzer Medeiros (Unicamp) e Fernanda Antonia da Fonseca Sobral (UnB/SBPC): “Abertura não significa que tudo é aberto, mas o fechamento total pode ser nocivo ao avanço do conhecimento.”
Convidamos bibliotecas, centros de pesquisa e instituições de ensino a conhecer e divulgar esta edição, que está disponível gratuitamente para leitura online (formato flipbook) ou para download em PDF.Contamos com o apoio de vocês para disseminar esse conteúdo e fortalecer a promoção da ciência aberta como um bem comum, acessível e reaproveitável por toda a sociedade.”
A criação da Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD) é uma das diversas iniciativas do Ibict voltadas ao fortalecimento da Ciência Aberta no Brasil.
Com o objetivo de descentralizar, ampliar e otimizar a disseminação de boas práticas na criação e gestão de repositórios institucionais, o instituto promoveu a formação de uma rede de colaboração estruturada em todas as regiões do país.
Instituída em 2014 como Rede Brasileira de Repositórios Institucionais de Publicações Científicas em Acesso Aberto (RIAA), a rede passou a se chamar Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD) em 2022.
A mudança de nome reflete a ampliação do escopo da iniciativa, que passou a incluir também os repositórios de dados de pesquisa — não contemplados originalmente. A decisão foi tomada pelos coordenadores regionais e representantes do Ibict, com o intuito de abarcar todas as tipologias de repositórios digitais.
A RBRD é composta por cinco sub-redes regionais: Norte, Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Cada uma realiza ações voltadas à disseminação dos princípios da Ciência Aberta em sua respectiva região. O Ibict atua como articulador nacional, disseminando boas práticas e recomendações internacionais para a implementação, manutenção e interoperabilidade dos repositórios digitais.
Evento terá transmissão ao vivo e traz uma programação diversificada, com painéis e apresentações que exploram temas como plataformas digitais científicas, interoperabilidade entre sistemas de informação, indicadores de ciência e tecnologia e redes de identificadores persistentes.
Publicado em 19/05/2025 17h10
OInstituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) promoverá, no dia 3 de junho de 2025, das 9h às 17h30, o IV Seminário de Ciência de Dados para a Ciência. O evento será realizado em formato híbrido: a programação presencial acontecerá na biblioteca do Ibict, em Brasília, enquanto a transmissão online será feita pelo canal da instituição no YouTube.
O evento reunirá especialistas, pesquisadores e gestores públicos para discutir os avanços, desafios e oportunidades no uso de dados para a ciência, tecnologia e inovação no Brasil, na América Latina e em nível global.
O seminário traz uma programação diversificada, incluindo paineis e apresentações que exploram temas como plataformas digitais científicas, interoperabilidade entre sistemas de informação, indicadores de ciência e tecnologia e redes de identificadores persistentes. Além disso, o evento busca fomentar o diálogo entre instituições governamentais, acadêmicas e de pesquisa.
Participantes: Washington Segundo (Ibict), Verena Hitner (MCTI), Débora Menezes (CNPq), Carlos Pacheco (FAPESP), Lautaro Matas (LA Referencia), Tiago Braga (Ibict), Izalci Lucas (Senador PL/DF)
9h25 – 10h10: Repositório Aleia/ Rede dARK/ Plataforma Contextus / Plataforma de análise de revistas / BrCris (nova carga e novas funcionalidades)
Palestrantes: Marcel Souza (Ibict), Lautaro Matas (LA Referencia), Renan Carneiro (Ibict), Fábio Lorensi (UFSC e UDESC), Thiago Magela (CEFET-MG)
Mediador: Washington Segundo (Ibict)
10h10 – 10h20: Coffee-break
10h20 – 11h50: Estratégia de governança de dados do SNCTI e seus indicadores / Painel de Fomento em Ciência, Tecnologia e Inovação / Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação
Palestrantes: Verena Hitner (MCTI), Débora Menezes (CNPq), Sandra Hollanda (FAPESP)
Mediador: Thiago Magela (CEFET-MG)
11h50 – 12h40: Análises sobre o ecossistema das revistas científicas brasileiras / Interoperabilidade entre a Nova Plataforma Sucupira, o Portal Oasisbr e os repositórios digitais brasileiros
Palestrantes: Andrea Vieira (CAPES), Talita Oliveira (CAPES)
Mediador: Marcel Souza (Ibict)
12h40 – 14h00: Almoço
14h00 – 15h30: Avaliação de impacto da pesquisa sobre políticas públicas / Nova plataforma de serviços do INPI / Interoperabilidade entre a Florida Expert Network e a base OpenAlex
Palestrantes: Bernardo Cabral (UFBA e Fiocruz), Jamile Santos (INPI), Blair Monroe (Florida Expert Network)
Mediadora: Vívian Santos (UFRJ)
15h30 – 15h40: Coffee-break
15h40 – 17h10: Indicadores de C&T no Observatório Nacional de Blockchain / Observatório de C,T&I em Saúde/ Observatório de Ciência Aberta do Brasil (OCABr)
Palestrantes: Larriza Thurler (RNP), Vanessa Jorge (Fiocruz), Abel Packer (SciELO)
Este relatório aborda a implementação de Políticas Públicas em Ciência Cidadã, destacando os benefícios do envolvimento ativo dos cidadãos na cocriação de conhecimento científico e oferecendo recomendações para decisores políticos de investigação.
A Ciência Cidadã, uma componente da Ciência Aberta, envolve a participação ativa dos cidadãos na cocriação de conhecimento científico em todas as áreas e fases do processo científico.
Este método de pesquisa destaca-se por aumentar a cobertura e análise de dados, acelerar descobertas científicas, abordar de forma mais eficaz as necessidades e desafios da sociedade e promover a democratização, legitimidade e adoção de políticas informadas pelo conhecimento científico.
A ciência cidadã, ou seja, o engajamento ativo dos cidadãos na produção de conhecimento científico, é uma modalidade de pesquisa que pode ser aplicada em uma ampla variedade de campos científicos e é valiosa para abordar uma ampla gama de prioridades políticas.
Ciência Aberta (Open Science) é um movimento global que promove a livre disseminação do conhecimento científico, tornando-o mais acessível, transparente e colaborativo.
Visa ao acesso aberto a dados, publicações e software de pesquisa, incentivando a colaboração científica e a maior participação da sociedade no processo de produção do conhecimento.
Principais elementos da Ciência Aberta:
Acesso Aberto: todos os dados, artigos e software de pesquisa devem estar disponíveis gratuitamente para uso público, promovendo a reutilização e a colaboração.
Transparência: a pesquisa deve ser transparente, com metodologias e dados abertos, permitindo a validação e a reprodução dos resultados.
Colaboração: a Ciência Aberta promove a colaboração entre pesquisadores, instituições e a sociedade em geral, acelerando o progresso científico.
Reutilização: os resultados de pesquisa devem ser reutilizáveis, permitindo que outros pesquisadores possam se basear em pesquisas existentes e desenvolver novas ideias.
Inclusão: a Ciência Aberta busca a inclusão de diferentes atores na pesquisa, como pesquisadores amadores, estudantes e a sociedade em geral.
Benefícios da Ciência Aberta:
Acelera o progresso científico.
Promove a inovação.
Aumenta a transparência e a credibilidade da pesquisa.
Melhora a colaboração científica.
Promove a educação e o desenvolvimento de políticas públicas.
Reduz desperdícios de recursos em pesquisa.
Exemplos de práticas da Ciência Aberta:
Acesso aberto a publicações: publicações em revistas científicas que são disponibilizadas gratuitamente para leitura e download.
Acesso aberto a dados: dados de pesquisa que são disponibilizados para que outros pesquisadores possam utilizá-los.
Registros de estudos: registro de estudos em plataformas como o Open Science Framework (OSF) para garantir a transparência e a integridade da pesquisa.
Pre-registros: registro das hipóteses de pesquisa antes da coleta de dados para evitar o p-hacking.
Códigos de software: compartilhamento de códigos de software utilizados na pesquisa para que outros possam usá-los e adaptá-los.