
A Semana de Acesso Aberto, um evento global agora entrando em seu décimo ano, é uma oportunidade para a comunidade acadêmica e de pesquisa continuar a aprender sobre os benefícios potenciais do Acesso Aberto, compartilhar o que aprenderam com colegas e ajudar a inspirar uma participação mais ampla em ajudar a tornar o Acesso Aberto uma nova norma na academia e nas pesquisas. O evento acontece de 25 a 31 de outubro de 2021.
O tema deste ano se alinha intencionalmente com a Recomendação da UNESCO sobre Ciência Aberta , recentemente lançada , da qual o Acesso Aberto é um componente crucial. Distribuída em forma de rascunho após discussão por representantes dos 193 países membros da UNESCO, a Recomendação articula e concentra a importância da equidade na busca de um futuro para que a academia esteja aberta por padrão.
A Ciência Aberta deve abranger uma diversidade de conhecimentos, práticas, fluxos de trabalho, linguagens, resultados de pesquisa e tópicos de pesquisa que apoiem as necessidades e o pluralismo epistêmico da comunidade científica como um todo, diversas comunidades de pesquisa e acadêmicos, bem como o público em geral e detentores de conhecimento além da comunidade científica tradicional, incluindo povos indígenas e comunidades locais, e atores sociais de diferentes países e regiões, conforme apropriado. (Recomendação da UNESCO sobre Ciência Aberta, página 7)
Como a primeira estrutura global de definição de padrões em Ciência Aberta, a Recomendação da UNESCO fornecerá um guia importante para governos em todo o mundo à medida que passam da aspiração à implementação de práticas abertas de pesquisa. O tema deste ano, “É importante como abrimos o conhecimento: construindo patrimônio estrutural”, destaca o apelo da recomendação para a participação equitativa de todos os produtores e consumidores de conhecimento.
A Ciência Aberta deve desempenhar um papel significativo para garantir a equidade entre pesquisadores de países desenvolvidos e em desenvolvimento, permitindo o compartilhamento justo e recíproco de entradas e saídas científicas e acesso igual ao conhecimento científico para produtores e consumidores de conhecimento, independentemente da localização, nacionalidade, raça, idade , gênero, renda, circunstâncias socioeconômicas, estágio de carreira, disciplina, idioma, religião, deficiência, etnia ou status migratório ou qualquer outro motivo. (Recomendação da UNESCO sobre Ciência Aberta, página 7)
O acesso aberto à informação – o acesso online gratuito e imediato aos resultados da pesquisa acadêmica e o direito de usar e reutilizar esses resultados conforme necessário – tem o poder de transformar a maneira como a pesquisa e a investigação científica são conduzidas. Tem implicações diretas e generalizadas para a academia, medicina, ciência, indústria e para a sociedade como um todo.
O Acesso Aberto (OA) tem o potencial de maximizar os investimentos em pesquisa, aumentar a exposição e o uso de pesquisas publicadas, facilitar a capacidade de conduzir pesquisas em toda a literatura disponível e aprimorar o avanço geral da bolsa de estudos. Agências de fomento à pesquisa, instituições acadêmicas, pesquisadores e cientistas, professores, alunos e membros do público em geral estão apoiando um movimento em direção ao Acesso Aberto em números crescentes a cada ano. A Semana de Acesso Aberto é uma oportunidade importante para todos os membros da comunidade agirem para manter esse ímpeto em andamento.
Como se envolver. Participar da Semana de Acesso Aberto pode ser tão simples ou envolvente quanto você quiser. Também pode ser uma chance de dar asas à imaginação e criar algo mais ambicioso.
O que os Docentes podem fazer para promover o acesso aberto?
O que os Bibliotecários podem fazer para promover o acesso aberto?
O que os Reitores, Diretores e Administradores podem fazer para promover o acesso aberto?
A Semana OA é uma oportunidade inestimável de conectar o impulso global em direção ao compartilhamento aberto com o avanço das mudanças de políticas em nível local.
Universidades, faculdades, institutos de pesquisa, agências de financiamento, bibliotecas e grupos de reflexão têm usado a Semana do Acesso Aberto como uma plataforma para hospedar votos do corpo docente nas políticas de acesso aberto do campus, para emitir relatórios sobre os benefícios sociais e econômicos do Acesso Aberto, para comprometer novos fundos em apoio à publicação de acesso aberto e muito mais.
Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica (AGUIA) 2021
Para garantir que o conteúdo acadêmico digital em todos os formatos permaneça disponível para futuros usuários, todas as organizações envolvidas na produção e disseminação acadêmica têm um papel a desempenhar na preservação digital. A NASIG – https://nasig.org/ introduziu sua Política de Modelo de Preservação Digital à medida que avança para o estágio de desenvolvimento de comentários e revisão. Esta política em evolução, projetada como uma ferramenta para divulgar, medir e aumentar o compromisso das organizações com a preservação de seus ativos acadêmicos, inclui a identificação de iniciativas de primeiro passo, atividades emergentes no campo e oportunidades para compartilhar e refinar experiências profissionais.
A NASIG é uma associação profissional independente de bibliotecários e profissionais de publicação acadêmica, trabalhando para aprimorar e transformar o gerenciamento de recursos de informação em todos os formatos e modelos de negócios, com ênfase em comunicações acadêmicas, seriados e recursos eletrônicos.
A política está disponível para comentários públicos de agosto a 30 de novembro de 2021: Download do rascunho do documento ou submit comments.
Manifesto ALAEC para o uso responsável de métricas em avaliações científicas realizadas na América Latina e no Caribe
Da Associação Latino-Americana de Editores Científicos (ALAEC) solicitamos às autoridades científicas, Ministérios e Universidades a nível regional, bem como aos responsáveis por agências de avaliação, gestores de universidades e centros de pesquisa, que subscrevam e cumpram a Declaração DORA ( 2013), com as recomendações sobre o uso de indicadores bibliométricos indicados no Manifesto de Leiden (2015) e com a Iniciativa de Helsinque (2019) sobre multilinguismo.
Somos a favor de uma ciência aberta e não comercial que valorize e promova a bibliodiversidade e o multilinguismo. Manter um ecossistema robusto de comunicação científica local e regional é essencial para o desenvolvimento econômico e social dos países da América Latina e do Caribe.
As agências de fomento e os órgãos de avaliação devem reconhecer que o uso indevido de indicadores bibliométricos tem efeitos sistêmicos e que podem levar a mudanças nos temas de interesse, restrições à autonomia acadêmica e ao cumprimento da missão institucional, de impacto social, criatividade e / ou inovação.
É essencial que esses órgãos revisem seus sistemas de classificação de periódicos e avaliação científica baseada em citações e adotem um conjunto de fatores e indicadores responsáveis e relevantes de acordo com os contextos nacionais e regionais, em colaboração com a comunidade e incluindo os editores de revistas acadêmicas / científicas.
Dentro deste quadro, propomos as seguintes ações:
1. Restabelecer critérios de qualidade, avaliando:
● Publicações com pesquisas relevantes independentemente da área ou assunto, idioma, público-alvo ou abrangência geográfica;
● Contribuições com um amplo espectro de contribuições acadêmicas e de pesquisa, como inovação, replicação, tradução, síntese e meta pesquisa;
● Práticas de ciência aberta, como acesso aberto e dados abertos, entre outras;
● Adoção de elevados padrões de ética, qualidade e integridade na publicação científica.
2. Valorizar e estimular o trabalho dos editores científicos e equipas editoriais, promovendo a sua formação e desenvolvimento, reconhecendo o seu papel fundamental na adoção e divulgação de boas práticas na publicação científica. Reconhecer a legitimidade da profissionalização do editor e da equipe editorial.
3. Assegurar que os periódicos e editoras nacionais não percam os incentivos financeiros e o fluxo de submissão de manuscritos, permitindo-lhes atingir e manter elevados padrões de qualidade e integridade em seus processos editoriais, principalmente para publicações que praticam a ciência aberta e o multilinguismo.
4. Fortalecer, divulgar e proteger infraestruturas de comunicação científica como Latindex, SciELO, RedALyC, LA Reference, entre outras, que favoreçam a ciência aberta, o multilinguismo e que possam gerar métricas e indicadores responsáveis para avaliar a ciência local e regional.
5. Incentivar e valorizar redes de colaboração e intercâmbio entre todos os atores do ecossistema de produção e disseminação de conhecimento: instituições, autores, revisores e agências de fomento, etc., na região
Antecedentes
Nos dias 16 e 17 de outubro de 2020, foi realizado no Uruguai o Primeiro Congresso Uruguaio de Revistas Científicas, que foi selado com um convênio entre a Associação Uruguaia de Revistas Acadêmicas (AURA, https://aura.edu .uy /) e a Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC Brasil, https://www.abecbrasil.org.br) para avançarmos juntos rumo a uma ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE EDITORES CIENTÍFICOS.
Em 14 de novembro de 2020, a Associação de Editoras Universitárias da Colômbia (ASEUC, https://unilibros.co) recebe o convite do CoLaV da Universidade de Antioquia, organizadora do LATmétricas 2021, para participar do evento. É assim, enquanto a ASEUC começa a trabalhar para conseguir sua participação neste evento, a LATmétricas convida a ABEC Brasil e a AURA Uruguai a aderir.
Finalmente, na sexta-feira, 30 de julho de 2021, um grupo inicial de referentes da edição científica em representação de diferentes instituições latino-americanas se reúne de forma virtual para consolidar a proposta.
A Associação Latino-Americana de Editores Científicos (ALAEC), a partir de hoje, 15 de setembro de 2021, é criada como resultado de um esforço coletivo, acadêmico, acessível, aberto e não comercial para a América Latina e o
Caribe.
Sigmar de Mello Rode (Associação Brasileira de Editores Científicos – ABEC Brasil)
Piotr Trzesniak (ABEC Brasil)
Germana Barata (ABEC Brasil)
Lorena Ruiz (Associação de Editoras Universitárias da Colômbia – ASEUC) Lucía Bernal (ASEUC)
María Alejandra Tejada (ASEUC)
Fernando Piraquive (Centro de Investigação e Desenvolvimento Científico CIDC – Universidade Distrital Francisco José de Caldas)
Sylvia Piovesan (Associação Uruguaia de Revistas Acadêmicas – AURA)
María del Carmen López Jordi (AURA)
Ana Heredia (Consultora, Brasil)
Eloisa Viggiani (Consultora, Brasil)
Interessado em fazer parte da ALAEC escreva para editorespanam@gmail.com
A ciência aberta é agora reconhecida como um fator-chave na melhoria da qualidade da pesquisa científica, com amplo apoio entre pesquisadores e organizações globais, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) . Esta é uma tradução livre da matéria publicada pela organização The Publication Plan [1], com adição de outras mat´rias relacionadas ao tema de métodos abertos (Open Methods).
Muitas iniciativas de ciência aberta enfocam a disponibilidade de conjuntos de dados de pesquisa, ou seja, o conceito de dados abertos, mas um artigo recente pede uma abordagem aberta e transparente para relatar métodos de pesquisa também.
Em seu artigo, o Dr. David Crotty explica que, com o formato tradicional das publicações em periódicos, muitos detalhes metodológicos valiosos de um projeto de pesquisa são cortados devido aos limites de espaço. Embora seja ideal para capturar todo o fluxo de trabalho de pesquisa, os pesquisadores têm tempo limitado., Portanto, criar um registro público detalhado de todas as suas atividades diárias é irreal. No entanto, como o próximo passo para abrir os dados, o Dr. Crotty diz que o acesso às metodologias de pesquisa permitiria a validação da qualidade e precisão dos dados publicados. Ele argumenta que os métodos abertos têm pelo menos tanto potencial para reutilização quanto os dados abertos devido à sua aplicabilidade mais ampla, com os documentos sobre métodos entre os tipos de artigos mais citados. Na verdade, muitos prêmios Nobel recentes foram dados a pesquisadores que criaram abordagens científicas que foram posteriormente amplamente aplicadas por outros cientistas.
Os métodos abertos têm pelo menos tanto potencial de reutilização quanto os dados abertos, devido à sua aplicabilidade mais ampla, com artigos de métodos entre os tipos de artigos mais citados.
Os métodos abertos exigiriam a disponibilidade pública de documentação detalhada dos procedimentos usados para coletar e analisar dados, com opções que incluem:
Seguindo o modelo do movimento de dados abertos, a entrada de uma ampla variedade de partes interessadas será necessária para implementar métodos abertos, com padrões semelhantes (como os Princípios Orientadores FAIR ) e repositórios adequados. Seu valor precisará ser refletido por financiadores e instituições para estimular o investimento de tempo dos pesquisadores. Os editores também desempenharão um papel fundamental na normalização do paradigma dos métodos abertos para os autores, com alguns editores já tendo criado periódicos e repositórios específicos para facilitar melhores métodos de relatório.
Nas palavras do Dr. Crotty:
“Agora é a hora de seguir em frente. Simplificando, a transparência em torno das metodologias de pesquisa é essencial para impulsionar a confiança do público e resultados de pesquisa precisos e reproduzíveis. ”
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Outro conteúdo relevante sobre Métodos Abertos (OpenMethods) pode ser encontrado no website da PLOS [2], que afirma que:
Os métodos são importantes
A transparência cria confiança e aprofunda o entendimento.
Quando os leitores têm a oportunidade de examinar sua abordagem em detalhes, eles obtêm uma compreensão mais profunda e contextualizada dos resultados e um maior respeito pela integridade do trabalho.
A reprodutibilidade depende do detalhe
Um resumo narrativo na seção de métodos de um artigo de pesquisa muitas vezes é insuficiente para reproduzir os resultados ou adaptar uma metodologia a outro estudo. Métodos abertos detalhados facilitam a replicação e a reutilização e reduzem a quantidade de tentativas e erros ao longo do caminho.
Os métodos transcendem as barreiras
Os métodos têm potencial para adaptação e reutilização em diferentes contextos e em uma ampla gama de questões e disciplinas de pesquisa. Por esse motivo, os artigos de métodos tendem a ser altamente citados e a atrair leitores e citações por um período mais longo do que os artigos de pesquisa padrão.
Os métodos compartilhados podem assumir muitas formas, incluindo protocolos, códigos, materiais e reagentes e muito mais. Seja qual for a sua abordagem, tornar os métodos acessíveis ao público inspira confiança, facilita a reprodutibilidade e a reutilização e ajuda a manter o seu trabalho relevante.
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Quem também faz referência à importância dos métodos como recursos científicos é Lindsay Morton [3]. De acordo com Lindsay Morton,
Um artigo de pesquisa é um resumo ordenado de um processo complexo e tortuoso. É caracterizado por um planejamento detalhado, tentativa e erro iterativos, execução meticulosa e análise cuidadosa. Como um resumo, os artigos são inestimáveis, mas uma visão detalhada dos processos e procedimentos é necessária para realmente compreender e reproduzir a pesquisa. A documentação metodológica pública detalhada pode contextualizar os resultados, subverter o preconceito, melhorar a reprodutibilidade e aumentar a eficiência em todo o ecossistema científico. Nos últimos anos, a comunidade de pesquisa ganhou uma apreciação mais profunda do valor da documentação metodológica detalhada. Aqui está o porquê:
Métodos são pesquisas
Desenvolver uma metodologia e depois executá-la é indiscutivelmente o maior componente da pesquisa. É o dia-a-dia da ciência, o mecanismo para capturar dados que podem ser usados posteriormente para investigar uma questão de pesquisa. Dependendo do campo e da abordagem, os métodos podem assumir várias formas, desde um protocolo semelhante a uma receita a um script e um banco de dados de estímulos comportamentais. Mas sejam quais forem as especificações, um método claro e completo é a chave para executar um estudo consistente e confiável, reproduzindo o trabalho no futuro e entendendo os resultados como um leitor.
Assim como acontece com os artigos de pesquisa, o acesso restrito aos métodos cria ineficiências e retarda o progresso. Os pesquisadores gastam tempo (e financiamento) desenvolvendo abordagens semelhantes, repetindo experimentos e buscando becos sem saída, sem saber do trabalho relacionado. Procedimentos desatualizados permanecem em uso por muito tempo depois de serem substituídos porque os médicos não podem acessar os avanços mais recentes. E existe um custo de oportunidade. Os pesquisadores contam com outras pesquisas para inspiração, direção e avanço. Quando os produtos da pesquisa permanecem ocultos, novas pistas promissoras podem permanecer inexploradas. métodos são altamente transferíveis. Mais do que qualquer outro artefato de pesquisa, os métodos têm potencial para adaptação ou reutilização em diferentes contextos e em uma ampla gama de questões e disciplinas de pesquisa.
Métodos são duradouros
Os métodos são altamente transferíveis. Mais do que qualquer outro artefato de pesquisa, os métodos têm potencial para adaptação ou reutilização em diferentes contextos e em uma ampla gama de questões e disciplinas de pesquisa. Para obter evidências, não procure além da frustração frequentemente expressa dos pesquisadores com “trilhas de citação” em que uma seção de métodos de artigo cita a seção de métodos de um trabalho anterior e esse trabalho cita outro trabalho e assim por diante, muitas vezes voltando anos, ou mesmo décadas. Da mesma forma, os artigos de métodos independentes costumam estar entre as publicações mais citadas e continuam a receber citações por um período mais longo do que os artigos de pesquisa padrão.
== REFERÊNCIAS ==
[1] THE PUBLICATION PLAN. Should open science focus more on open methods? July 20, 2021. Disponível em: https://thepublicationplan.com/2021/07/20/should-open-science-focus-more-on-open-methods/ Acesso em: 05 ago. 2021
[2] PLOS. Open Methods chart the way. Disponível em: https://plos.org/open-science/open-methods/ Acesso em: 05 ago. 2021.
[3] MORTON, Lindsay. Methods as a scientific asset. The PLOS Blog, July 6, 2021.
Disponível em: https://theplosblog.plos.org/2021/07/methods-as-scientific-asset/ Acesso em: 05 ago. 2021.
A Conferência Open Science FAIR acontece já no próximo mês de setembro, entre os dias 20 a 23, em formato online, subordinada ao tema: Fostering local and global open science communities = Promovendo as comunidades locais e globais de Ciência Aberta.*
Este evento integra no seu comité organizativo entidades já bem conhecidas de todos nós como é o caso de:
OpenAIRE, COAR, EIFL, FORCE11, Liber, La Referencia, OPERAS, SPARC e SPARC Europe.
Mais uma vez, este evento visa reunir e capacitar comunidades e serviços de Ciência Aberta para identificar práticas comuns; bem como as melhores sinergias para fornecer e operar serviços que possam funcionar para todos; trazendo experiências de todo o mundo e promovendo uma aprendizagem conjunta.
A ciência aberta está claramente em evolução, onde o reforço da sua implementação e adopção estão a progredir, com o envolvimento a vários níveis, por parte dos investigadores, das instituições de investigação, das agências de financiamento e dos prestadores de serviços e infra-estruturas.
No entanto, há que continuar este processo de construção a par com a necessidade imperiosa de assegurar a interoperabilidade entre comunidades e serviços, mantendo simultaneamente a nossa capacidade de apoiar a diversidade dos fluxos de trabalho e sistemas de conhecimento. Esteja atento, as inscrições são gratuitas e abrem brevemente! Junte-se a este debate e partilhe as suas iniciativas e projetos através da submissão de propostas, até ao próximo dia 26 de julho para workshops, Lightning Talks e Demos, de acordo com os grandes tópicos da conferência:
*Esta é uma reprodução da matéria publicada na Newsletter da Universidade do Minho
Reproduzimos a seguir matéria publicada na Newsletter da Universidade do Minho, Portugal
raquel truta . 17 de junho de 2021
O Portal RCAAP continua a crescer! Atualmente agrega mais de 700 mil documentos de 300 recursos nacionais: 165 revistas científicas, 53 repositórios institucionais, 80 instituições através do Repositório Comum, 1 repositório de dados e 1 Portal, a SciELO Portugal. Estes dados justificam, certamente, o reconhecimento e visibilidade que o projeto RCAAP detém, contribuindo em larga escala para a incremento da Ciência Aberta em Portugal e no mundo, ao longo de 12 anos de existência.
O Portal constitui-se como um ponto único de pesquisa, localização e acesso a milhares de documentos de caráter científico e académico e de investigação por parte de empresas da sociedade civil que realizam investigação, o que faz com que a pertinência destes dados só se consiga com a envolvência de todos os intervenientes nos diferentes workflows, quer sejam investigadores, docentes, dirigentes, gestores, técnicos, entre outros. Todos, e a remar na mesma direção, é que contribuem em larga escala para este sucesso que, por sua vez, fazem com que o acesso à informação e ao conhecimento seja de vital importância para o progresso do ensino e da investigação, mas também para o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Indiscutivelmente que os repositórios institucionais e as revistas científicas são parte integrante e de relevo do ecossistema de gestão da ciência. “Mais do que a disponibilização em acesso aberto de dados e publicações, a ciência aberta é a disponibilização do processo científico enquanto um todo, reforçando o conceito de responsabilidade social científica. A implementação de uma prática de Ciência Aberta é também geradora de múltiplas oportunidades de inovação. Permite impulsionar o desenvolvimento de novos produtos, serviços, negócios e empresas” (Paulo Lopes, 2021).
Em anos recentes, a chamada Ciência Aberta tem se tornado um tema cada vez mais popular e sua conexão com o trabalho desenvolvido pelas Bibliotecas tem sido mais reconhecida.
De acordo com matéria publicada na LIBER, Universidades e bibliotecas em toda a Europa estão cada vez mais envolvidas em atividades de Ciência do Cidadão. A Ciência Cidadã é uma forma valiosa de estabelecer conexões entre a ciência e a sociedade, uma forma de focar a pesquisa científica nas questões impulsionadas e focadas nas comunidades (onde esta pesquisa poderia ser realizada).
No entanto, dada a sua crescente popularidade, os desafios da metodologia da Ciência Cidadã também vieram à tona: como envolver plenamente os cidadãos na pesquisa? Como essa pesquisa pode responder aos desafios atuais da comunidade? Como a pesquisa que envolve cidadãos como coautores ativos pode ter valor cientificamente?
Ainda segundo a LIBER, o bibliotecário deve:
Os autores do artigo intitulado “Ciência cidadã e bibliotecas: valsas no caminho da colaboração” (do original em alemão “Citizen science and libraries: waltzing towards a collaboration” publicado apresentam contexto e estudos de caso para lançar luz sobre várias estratégias, recomendações e práticas atuais dos EUA e da Europa para apoiar bibliotecas engajadas na Ciência Cidadã com o objetivo de encorajar bibliotecários na Europa a usar os recursos da Ciência Cidadã existentes e inspirar-se em exemplos internacionais de sucesso para transformar suas bibliotecas em um centro para a Ciência Cidadã [1]. Esta é uma tradução livre do artigo, acrescida de informações de artigos correlacionados.
De acordo com os autores, a ciência cidadã é um método em desenvolvimento para aprimorar o empenho científico, aumentar a alfabetização científica, apoiar a educação e atender melhor às necessidades da sociedade por meio de evidências científicas.
Um cientista cidadão compartilha observações ou analisa dados para responder a uma questão de pesquisa. A pergunta de pesquisa é normalmente elaborada por um cientista profissional, embora membros interessados ou curiosos de qualquer comunidade possam iniciar a pergunta de pesquisa. Embora o termo “ciência cidadã” seja recente, essa forma de engajamento público na ciência existe há tanto tempo quanto o campo da ciência. A literatura ampla já fala sobre a origem e a história da ciência cidadã, bem como seus sucessos e desafios.
Os políticos de toda a Europa entendem a Ciência Cidadã como uma parte importante da aspiração à “democratização da produção de conhecimento” e do aumento da relevância social da pesquisa com financiamento público. Uma reflexão histórica recente sobre a Ciência Cidadã atribui o termo a uma virada participativa na política científica e apoia a afirmação de que a SC pode levar a uma democratização da ciência ao transformar a ciência de uma atividade fechada em uma atividade aberta. Por exemplo, a Comissão Europeia está atualmente investigando o potencial da SC como uma contribuição para a formulação de políticas ambientais no Projeto de Inovação do Conhecimento e está apoiando a SC em seus programas de financiamento de pesquisa (por exemplo, Observatórios Cidadãos, Pesquisa Responsável e Inovação). Tendo em conta esta agenda, as agências de financiamento começaram a promover a Comunicação Acadêmica com programas adaptados, como o programa Horizonte 2020 europeu “Ciência com e para a sociedade” [2].
Ciência cidadã: Quantificada e Qualificada
Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, quantificaram o valor das atividades da ciência cidadã nos campos da biodiversidade. Eles pesquisaram 388 projetos nos EUA e descobriram que os projetos combinados de 1,3 a 2,3 milhões de cientistas cidadãos forneceram 667 milhões a 2,5 bilhões de mão-de-obra para esses projetos em dólares americanos, anualmente. Por essas e muitas outras razões, na Áustria e em toda a Europa, as instituições estão levando a ciência cidadã a sério [3].
O que é ciência cidadã?
Depende a quem você perguntar. Na verdade, atualmente há um debate contínuo sobre isso. No início de 2019, cinco autores austríacos propuseram uma definição internacional de ciência cidadã [3]. O artigo desencadeou uma enxurrada de discussões online e, por fim, resultou no publicação de uma resposta intitulada “O problema de delinear critérios estreitos para a ciência cidadã”. As trocas têm sido úteis para nos lembrar da complexidade múltipla de definir ciência cidadã e, mais importante, da importância crítica de criar oportunidades que forneçam acesso e poder aos participantes, suporte para facilitadores e dados confiáveis para pesquisadores. Com milhares de cientistas já liderando projetos de ciência cidadã, e milhões de participantes já participando de ciência cidadã, voltamos nossa atenção para os facilitadores; em particular, as bibliotecas.
Bibliotecas e a Ciência Cidadã
As bibliotecas oferecem espaços seguros com acesso a informações, recursos e comunidades. Semelhante à valsa, uma dança de tempo triplo executada por parceiros dançando juntos, a colaboração da ciência cidadã e das bibliotecas requer uma estreita triangulação entre pesquisadores, bibliotecas e o público. Apresentar a biblioteca como um novo parceiro de dança pode resultar em ceticismo ou hesitação.
Ações que as Bibliotecas podem promover e apoiar
== REFERÊNCIAS ==
[1] IGNAT, T.; CAVALIER, D.; NICKERSON, C. Citizen Science und Bibliotheken: Walzer tanzen auf dem Weg zur Zusammenarbeit. VOEB, BD 72, n. 2, 2019. Disponível em inglês em: https://journals.univie.ac.at/index.php/voebm/article/view/3047/2960 DOI: https://doi.org/10.31263/voebm.v72i2.3047 Acesso em: 02 jun. 2021.
[2] HEIGL, Florian et al. (2019). Opinion: Toward an international definition of citizen science. PNAS, v. 116, n. 17, p. 8089–8092. Disponível em: https://www.pnas.org/content/116/17/8089 Acesso em: 02 jun. 2021.
[3] THEOBALD, Elinore J. et al. Global change and local solutions: Tap-ping the unrealized potential of citizen science for biodiversity research, Biological Conservation, v. 181, 236–244, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.biocon.2014.10.021 Acesso em: 02 jun. 2021.
Entre abril de 2015 e junho de 2016, membros do grupo de trabalho Open Access Network Austria (OANA) “Open Access and Scholarly Communication” reuniram-se em Viena para discutir este assunto. O principal resultado das considerações foi a publicação de um conjunto de doze princípios que representam os pilares do futuro sistema de comunicação acadêmica. Eles foram projetados para fornecer um quadro de referência coerente para o debate sobre como melhorar o sistema atual. Com este documento, esperava-se inspirar uma ampla discussão em direção a uma visão compartilhada para a comunicação científica no século 21. Esta é uma tradução livre do documento publicado.
A comunicação acadêmica deve ser imediata e abertamente acessível a qualquer pessoa. A produção de conhecimento serve à humanidade e aumenta a prosperidade. A disseminação livre e aberta do conhecimento dentro e fora da comunidade científica facilita o intercâmbio, a colaboração e a aplicação dos resultados da pesquisa. Não deve haver obstáculos técnicos, financeiros ou jurídicos que atrasem ou impeçam o acesso aos resultados da pesquisa. Todos os resultados da pesquisa devem ser acessíveis a pessoas com diversas condições físicas, econômicas e outras. O acesso deve ser garantido a longo prazo.
A comunicação acadêmica deve facilitar a pesquisa, exploração e descoberta. Nunca houve tantos estudiosos como hoje e nunca foram tão prolíficos como hoje devido aos novos modos de comunicação e tecnologia que são mais baratos e mais amplamente disponíveis. Os pesquisadores gastam um tempo considerável não apenas para comunicar suas próprias pesquisas, mas também para se manterem atualizados com o trabalho de seus colegas. Um sistema de comunicação acadêmica deve, portanto, organizar o conhecimento científico de tal forma que permita aos pesquisadores e suas partes interessadas identificar com eficiência e eficácia as pesquisas que são relevantes para eles. Além disso, os pesquisadores devem ser capazes de encontrar feedback sobre seu próprio trabalho e atividades relacionadas a ele tão facilmente quanto possível.
A comunicação acadêmica deve permitir que todos desenvolvam efetivamente o trabalho uns dos outros. Seguindo a frase de Newton “Sobre os ombros de gigantes”, a academia moderna é baseada na cooperação. As ideias não são criadas no vácuo. A reutilização de processos, métodos e resultados de pesquisa, bem como abstração e extensão, devem, portanto, representar os valores básicos da comunicação científica. A possibilidade de reaproveitar dados, materiais e resultados permite que pesquisadores e comunidades aprendam uns com os outros e agilizem a produção de novos conhecimentos. Consequentemente, embora a atribuição apropriada de autoria deva ser assegurada, um máximo de reutilização e processamento deve ser permitido.
A comunicação científica deve fornecer resultados de pesquisa reprodutíveis. A reprodutibilidade dos resultados da pesquisa é uma das características distintivas da pesquisa e um padrão ouro em muitas disciplinas. Como requisito mínimo, o processo de pesquisa deve ser rastreável, por exemplo, fornecendo acesso a dados brutos e documentando o processo de pesquisa, bem como os resultados (intermediários) (discussões, diários de pesquisa, pré-publicações etc.). Isso facilita a compreensão da metodologia e simplifica a avaliação. Abrir a metodologia e a produção de resultados também ajuda a identificar casos de irregularidades inconscientes, engano e fraude. Deve ser possível identificar diferentes etapas de um processo de pesquisa e compreender sua evolução.
A comunicação científica deve fornecer meios abertos e transparentes para julgar a credibilidade de um resultado de pesquisa. Praticamente todos os novos conhecimentos se baseiam em descobertas anteriores, mas na prática não se pode reproduzir todos os resultados de pesquisas para verificar sua credibilidade. Um sistema de comunicação científica deve, portanto, tornar possível julgar a credibilidade dos resultados da pesquisa com base nas informações de contexto. Essas informações podem ser provenientes dos autores, bem como da revisão por pares ou outras formas de feedback. As informações de contexto devem responder aos cinco elementos clássicos: quem, o quê, quando, onde e por que, bem como as perguntas “Quem pagou por isso?” e “Como foi recebido?”. Os detalhes sobre o financiamento e a relação dos pesquisadores com os sujeitos do estudo destacam os potenciais conflitos de interesse e como as questões éticas foram tratadas.
A comunicação acadêmica deve fornecer pesquisas de forma clara, concisa e compreensível, ajustada às diferentes partes interessadas. Um diálogo frutífero entre pesquisadores e entre pesquisadores, e suas partes interessadas é mutuamente benéfico para a pesquisa e a sociedade. Manter a comunicação o mais clara e concisa possível facilita a transferência e o intercâmbio de conhecimento dentro e fora da pesquisa. O que é considerado claro e conciso, no entanto, depende muito do destinatário e da situação. A comunicação entre pesquisadores geralmente envolve um alto grau de abstração e linguagem especial, enquanto a comunicação com os cidadãos interessados requer uma linguagem mais amplamente compreensível. A comunicação acadêmica deve, portanto, ser adaptada para diferentes grupos de partes interessadas dentro e fora da academia,
A comunicação acadêmica deve promover a colaboração e a participação entre pesquisadores e suas partes interessadas. Muitas vezes, a pesquisa é relevante para uma grande variedade de partes interessadas, como pacientes e médicos, alunos e professores. Os pesquisadores e suas partes interessadas podem se beneficiar do trabalho conjunto, desde a discussão sobre a participação até a colaboração real com comunidades leigas em projetos de ciência cidadã. A colaboração leva a um melhor entendimento da pesquisa entre as partes interessadas, e as partes interessadas podem apontar questões de pesquisa que são importantes para eles. Os pesquisadores podem obter feedback sobre seu trabalho e, em alguns casos, até receber apoio para conduzir suas pesquisas. A comunicação acadêmica deve, portanto, facilitar e encorajar essas formas de colaboração.
A comunicação acadêmica deve fornecer uma revisão transparente e competente. Rever as salvaguardas das descobertas da pesquisa, garantindo que os resultados podem ser confiáveis e desenvolvidos. Um sistema de comunicação científica deve, portanto, incentivar, recompensar e reconhecer a revisão, não menos do que fazer pesquisas para criar um equilíbrio entre a produção do conhecimento e sua consolidação. A função principal da revisão deve ser garantir que a pesquisa seja tecnicamente sólida e que os resultados possam ser reproduzidos / que o processo de pesquisa seja rastreável. A comunicação transparente e a revisão por pares aberta podem ajudar a aumentar a qualidade das revisões e evitar julgamentos tendenciosos e precipitados.
A comunicação acadêmica deve apoiar uma avaliação justa. A avaliação influencia a percepção do impacto dos resultados da pesquisa, pesquisadores, periódicos ou instituições e, portanto, a forma como o conhecimento científico é produzido. Portanto, é essencial que esses processos de avaliação sejam conduzidos de forma justa e adequada. A avaliação deve oferecer uma análise global e multidimensional, especialmente em um contexto interdisciplinar. Os pesquisadores devem ter a oportunidade de comentar os resultados da avaliação e devem ser capazes de verificar os processos de coleta e análise de dados. Para construir pesquisas futuras em terreno sólido, estruturas de recompensa devem ser adotadas e a qualidade na pesquisa deve ser favorecida em relação à quantidade.
A comunicação científica deve promover tanto a produção de novos conhecimentos quanto a validação de conhecimentos existentes. Para que a academia progrida, é necessária uma pesquisa original que contribua com novos resultados para o corpo de conhecimento. Um sistema de comunicação acadêmica deve identificar lacunas de pesquisa e destacar os campos que precisam de envolvimento e contribuição. A incerteza e a assunção de riscos devem ser aceitas a fim de encorajar o teste de métodos e teorias incomuns. Mas a pesquisa também precisa da validação dos resultados existentes para construir pesquisas futuras em terreno sólido. Portanto, um sistema de comunicação científica também deve promover a reprodução e validação contínua do conhecimento existente. As duas funções devem ser adequadamente equilibradas para alcançar o progresso validado.nusual methods and theories.
A comunicação acadêmica deve abraçar as possibilidades das novas tecnologias. Nos últimos 400 anos, a comunicação científica tem evoluído constantemente. Essa evolução abriu novas oportunidades para pesquisadores trabalharem e colaborarem. Portanto, a comunicação científica deve abraçar as possibilidades das novas tecnologias. A Web, em particular, revolucionou a maneira como criamos, disseminamos, exploramos e consumimos informações, e seu potencial ainda não foi totalmente explorado para comunicações acadêmicas. Esses potenciais incluem troca e disseminação em tempo real, disponibilidade ubíqua e simultânea de recursos, custo marginal zero para disseminação, novos fluxos de trabalho, reutilização aprimorada de dados e resultados,
A comunicação acadêmica deve expandir o conhecimento comum. O conhecimento científico é fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Como o conhecimento científico é de natureza intangível, seu uso por uma pessoa não impede seu uso por outra. Ao contrário, o conhecimento tende a crescer quando é compartilhado. Portanto, nenhuma barreira deve ser estabelecida para restringir o uso e a reutilização dos resultados da pesquisa. O conhecimento científico deve ser um bem público e, como tal, parte do conhecimento comum, a fim de permitir que todos na sociedade se beneficiem desse conhecimento.