Mais de 400 ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores – edição 2017

typical workflow

Em um esforço contínuo para traçar a mudança do panorama da comunicação acadêmica e científica, cientistas da Universidade de Utrecht, Holanda, realizaram um levantamento entre os pesquisadores [1] em 2015, tendo como foco o uso de ferramentas de gestão de pesquisa. Na edição de 2015, foram elencadas 101 ferramentas/sites de gestão das atividades de pesquisa – apenas aquelas que representavam uma inovação – a partir do questionário aplicado a mais de 20 mil pesquisadores de cerca de 100 organizações (universidades e editores). Desde então, os resultados foram apresentados em diversas conferências e webinars.

Em 2016/2017, os autores da pesquisa continuaram suas análises e aprimoramentos: atualizaram o site, traduziram as informações para seis idiomas e disponibilizaram a lista completa de mais de 400 ferramentas/sites de gestão de pesquisa, além de ferramentas de interoperabilidade, uma lista que não se restringiu ao critério da inovação e foi organizada de acordo com os fluxos de trabalho e fases da atividade de pesquisa. 

Preparação (Preparation)Descoberta (Discovery), Análise (Analysis)Escrita (Writing), Publicação (Publication), Divulgação (Outreach) e Avaliação (Assessment) são componentes do fluxo de atividades do pesquisador/autor e há várias ferramentas gratuitas (e outras pagas) relacionadas à gestão das atividades de pesquisa. Confira o uso das ferramentas e os links em cada fase da pesquisa. Ao final, é apresentado um resumo das principais tendênciasexpectativasincertezasoportunidades e desafios para a gestão das atividades de pesquisa.   

101_Tools

A seguir, algumas das ferramentas/sites mais votadas pelos pesquisadores são apresentadas, de acordo com a fase do ciclo de pesquisa. Veja a seleção aqui ou consulte a Lista completa das ferramentas/sites de gestão de pesquisa

research phases

== PREPARAÇÃO (PREPARATION) ==

Preparation phase

== DESCOBERTA (DISCOVERY) ==

Discovery_double

== ANÁLISE (ANALYSIS) ==

Analysis_double

== ESCRITA (WRITING) ==

Writing_double

== PUBLICAÇÃO (PUBLICATION) ==

Pubication_double

== DIVULGAÇÃO/VALORIZAÇÃO (OUTREACH/VALORIZATION) ==

Outreach_double

== AVALIAÇÃO (ASSESSMENT) ==

Assessment_double

== PERFIS DOS PESQUISADORES ==

De acordo com a pesquisa realizada, exemplos típicos de fluxo de trabalho de pesquisa vão do Tradicional, Moderno, Inovador, Experimental, Google ao NPG/Macmillan, dependendo do perfil do pesquisador. De 2015 a 2016, esses perfis se mantiveram e foram adicionados o perfil Google e o perfil NPG/Macmillan. Para detalhes e links destas ferramentas, consultar o artigo “Ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores” ou o website da pesquisa. 

== RESUMO == 

Distintas ferramentas de gestão de pesquisa podem ser utilizadas em cada fase da pesquisa para buscar informações ou descobrir oportunidades, comunicar, identificar-se e estabelecer networking, colaborar, discutir, organizar, publicar, visualizar, divulgar, revisar, preservar e mensurar o impacto da produção de pesquisa de maneira eficaz. Constantemente, novas ferramentas estão sendo desenvolvidas pelos próprios pesquisadores, pequenas empresas ou grandes players, conforme refletido na lista atualizada. Ainda que a oferta seja grande, há demandas não atendidas. 

As mudanças nesse panorama são impulsionadas pela tecnologia, pelas políticas e pela cultura mas, no final, só ocorrem porque os pesquisadores e outras partes interessadas decidem adaptar seus fluxos de trabalho ou recomendar mudanças a outros. Sendo assim, o panorama da comunicação científica e acadêmica é, em grande medida, modificada pelo uso de ferramentas de gestão das atividades e fluxos de pesquisa. Os resultados mais recentes acabam de ser publicados.

O acesso aberto chega com força também nas ferramentas de gestão da pesquisa, estabelecendo fluxos de atividades mais complexos e integrados.

Tools_Research_Open

Como tendência geral, destaca-se o uso de ferramentas de descoberta baseadas em redes sociais, em um ambiente científico direcionado por dados e por uma ciência coletiva. A escrita, cada vez mais será realizada e aprimorada a partir da colaboração online. A tendência de publicação de documentos e dados de pesquisa em acesso aberto veio para ficar. Com relação à divulgação, as redes sociais científicas serão cada vez mais utilizadas, enquanto se fortalece a avaliação e uso de métricas em nível dos artigos.

Em termos de expectativas, espera-se o aumento da importância de ferramentas de descoberta de dados de pesquisa, maior oferta de ferramentas de análise online, maior integração entre a publicação e as ferramentas de avaliação, com maior uso da máxima “publique antes, julgue depois”. Há também uma expectativa de aumento do uso das métricas alternativas e abertura dos processos de avaliação por pares pós-publicação.

Persistem algumas incertezas em relação ao suporte dado à busca de textos completos e à mineração de dados. Também é incerta a disposição geral dos cientistas de compartilharem suas pesquisas na fase das análises e em aceitar a colaboração online na redação. Outra questão que gera insegurança é o efeito dos status das publicações na pesquisa e os requerimentos das agências de fomento e financiadores. Com relação à avaliação, surge a pergunta: quem vai pagar pela avaliação por pares (peer review) e como isso pode afetar o processo de pesquisa como um todo? 

As análises também revelaram oportunidades: a descoberta baseada em textos completos em acesso aberto, a análise apoiada em notas de laboratório abertas, uso de marcação semântica durante a escrita e citação, formatação da publicação do ponto de vista do leitor, uso de repositórios para a visibilidade institucional, utilização de identificadores de autor e de afiliação. 

Desafios: busca semântica (conceitos e relações), reprodutibilidade das pesquisas, gestão da segurança e privacidade da escrita online, globalização do processos de publicação e acesso a padrões, fazer do processo de divulgação uma discussão de mão dupla, aprimorar a qualidade das ferramentas de avaliação.

Desenvolvimentos mais importantes em longo prazo: aprimoramento das bases de dados multidisciplinares baseadas em citações, análise direcionada por dados e pela colaboração, plataformas de escrita online, publicação em acesso aberto.  Com relação à divulgação, mais e melhores perfis (profiles) de pesquisadores devem ser desenvolvidos. Quanto à avaliação, aumenta cada vez mais a importância da relevância social da pesquisa, assim como as contribuições não publicadas. 

Desenvolvimentos potencialmente mais revolucionários: descoberta baseada em busca semântica e recomendações sociais/contextuais, ciência aberta, integração das ferramentas de escrita online e a publicação, contornar o cenário imposto pelos publishers tradicionais, acesso público aos achados científicos, inclusive para configurar uma agenda de pesquisa, superar simples indicadores quantitativos. 

workflow phases

== Notas ==

[1] questionário foi traduzido para seis idiomas e respondido por 20.663 pessoas, entre 10 de maio de 2015 e 10 de fevereiro de 2016, e perguntou sobre o uso de ferramentas em 17 atividades de pesquisa e a posição em relação ao acesso aberto e ciência aberta. Do Brasil, foram 489 respondentes. Os dados demográficos completos da pesquisa também estão disponíveis.

== Referências ==

INNOVATIONS in Scholarly Communication survey – dashboard. Disponível em: <http://dashboard101innovations.silk.co/> Acesso em: 04 janeiro 2016.

KRAMER, B. ; BOSMAN, J. Innovations in scholarly communication – global survey on research tool usage F1000Research 5:692 – 2016. doi10.12688/f1000research.8414.1

DUDZIAK, E.A. Ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores. 2015. Disponível em: <http://www.aguia.usp.br/noticias/ferramentas-gestao-pesquisa-gratuitas-disponiveis-pesquisadores/> Acesso em: 04 janeiro 2017.

Como citar este post [ABNT/NBR 6023/2002]:

DUDZIAK, E.A. Mais de 400 ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores – edição 2017. Disponível em: <http://www.aguia.usp.br/?p=9001> Acesso em: DD mês. AAAA.

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Ibict lança Manifesto de Acesso Aberto a Dados da Pesquisa Brasileira para Ciência Cidadã

No último dia 28 de setembro foi celebrado o Dia Internacional do Acesso Universal à Informação, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A cerimônia foi uma parceria da Unesco no Brasil com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). Na ocasião, foi lançado, pelo instituto, o “Manifesto de Acesso Aberto a Dados da Pesquisa Brasileira para Ciência Cidadã”, uma tomada de posição, no Brasil, diante do movimento mundial de dar acesso aberto à informação científica. Veja, a seguir, o documento na íntegra:

Manifesto de Acesso Aberto a Dados da Pesquisa Brasileira para Ciência Cidadã

Ao lançar este Manifesto[1], o IBICT dá continuidade e amplia a sua política de apoio ao acesso aberto/livre à informação científica no Brasil, cujo ponto de partida foi o lançamento do manifesto de 2005, que formalizava a adesão ao movimento que começou na Europa, no início dos anos 2000. Nessa direção, o IBICT estende a sua visão sobre o acesso aberto, e reconhece os dados de pesquisa como um recurso imprescindível para as ações de Ciência Aberta, Ciência para todos, Ciência Cidadã.

O Manifesto de Acesso Aberto a Dados da Pesquisa Brasileira tem por objetivo demonstrar o seu valor estratégico e informacional e estimular e apoiar movimentos e iniciativas para Ciência Aberta no Brasil, traduzidos pelo amplo e irrestrito acesso a fontes primárias de pesquisa utilizadas por pesquisadores e outros segmentos sociais, possibilitando o compartilhamento, reprodutibilidade, verificação, avaliação, reutilização e redistribuição em novos contextos e em pesquisas colaborativas e interdisciplinares.

As fontes de dados de pesquisa incluem um amplo, diversificado e heterogêneo espectro de documentos, na maioria dos casos em formatos digitais. Esses materiais de pesquisa, únicos, não são disseminados juntamente com artigos de periódicos, comunicações de congresso e publicações em geral, e ficam inacessíveis aos demais pesquisadores e sociedade. Assim, a implantação de infraestruturas que permitam a seleção, o arquivamento e o acesso a dados de pesquisa possibilitará, além de sua reutilização e geração de novos conhecimentos, a transparência das pesquisas, sua maior efetividade, credibilidade dos resultados, visibilidade e impacto.

Este manifesto é dirigido aos institutos de pesquisa e universidades, que reúnem pesquisadores e cientistas brasileiros responsáveis pela geração de conhecimento; às sociedades científicas e academias de ciência do Brasil, que congregam a comunidade científica do país; aos órgãos de fomento à pesquisa e desenvolvimento, que sustentam as pesquisas e pesquisadores brasileiros; aos editores de revistas ou periódicos científicos, que publicam artigos com resultados de pesquisas; aos cursos de pós-graduação e graduação nas áreas de informação, principais responsáveis pela gestão de dados de pesquisa e curadoria digital; aos gestores e executores de programas e projetos de dados de pesquisa, tais como especialistas em Ciência da Informação e Ciência da Computação, profissionais de informação em geral, incumbidos da curadoria digital de repositórios de dados de pesquisa, no seu registro, processamento e recuperação para acesso e uso; e aos pesquisadores que são os motores da geração de novos conhecimentos científicos.

Neste manifesto são reconhecidas as especificidades dos distintos campos do conhecimento, de acordo com sua natureza e, portanto, exigências próprias, além da necessidade de diagnósticos para conhecimento das iniciativas de dados de pesquisa abertos, ainda em pequeno número e dispersos em nosso país. A finalidade é realizar estudos e pesquisas para análise e seu aproveitamento, de modo a evitar desperdícios de projetos já em andamento e bem sucedidos, assim como a duplicação de esforços. Nesse processo são prioritárias as pesquisas desenvolvidas com recursos públicos e a garantia de respeito às restrições legais ou éticas e aos direitos da propriedade intelectual de todas as partes envolvidas.

Para que todas as questões levantadas inicialmente neste Manifesto tornem-se realidade são necessárias e fundamentais infraestruturas políticas, tecnológicas e informacionais, capazes de garantir dados de pesquisa por meio de sistemas de curadoria, preservação, arquivamento e compartilhamento de coleções de dados de pesquisa, em sustentabilidade contínua, permanente. A execução desse processo exige gestão dinâmica que abranja todo o ciclo de vida dos dados de pesquisa, cujo ponto focal são os repositórios digitais de dados de pesquisa.

Dados de pesquisa transitam em diferentes instâncias e o presente Manifesto, às quais é dirigido, recomenda diretrizes gerais:

Às universidades e institutos de pesquisa brasileiros:

formular políticas institucionais mandatórias para assegurar que os dados de pesquisas gerados por seus pesquisadores sejam apropriadamente gerenciados, tendo em vista o acesso aberto, considerando que são produtos de pesquisa desenvolvidos com recursos públicos;

estimular pesquisas colaborativas e interdisciplinares e constituir redes de trabalho colaborativo;

incorporar dados de pesquisa na memória acadêmica;

estimular e apoiar ações de Informática e de informação para desenvolvimento de repositórios de dados de pesquisa e de outras infraestruturas necessárias à curadoria das coleções de dados de valor reconhecido;

adotar hardware e software abertos e outras ações que proporcionem a interoperabilidade tecnológica;

recomendar aos pesquisadores e profissionais de informação, como os bibliotecários, por exemplo, a elaboração de plano de gestão de dados de pesquisa para os dados gerados, segundo os padrões adotados para a área disciplinar específica; e

publicizar e facilitar o acesso aos dados de pesquisa , a fim de que a sociedade e o cidadão tomem conhecimento do que é produzido na ciência e seus benefícios.

Às sociedades cientificas e academias de ciência:

desenvolver estratégias de apoio às iniciativas de Ciência Aberta e estimular a adesão de institutos de pesquisa e universidades aos dados de pesquisa abertos;

promover eventos e discussões no meio científico sobre a importância do acesso e uso dos dados de pesquisa , com a finalidade de evidenciar a sua relevância para os avanços da ciência; e

incorporar dados de pesquisa como memória científica.

Aos órgãos de fomento à pesquisa:

estabelecer políticas de longo prazo que garantam o desenvolvimento e a subsequente estabilidade e sustentabilidade das infraestruturas tecnológicas e gerenciais de gestão de dados de pesquisa no país;

incentivar e criar mecanismos de recompensas e estabelecer ações mandatórias, nas suas políticas de fomento a pesquisas, para adesão ao acesso aberto a dados de pesquisa nos projetos submetidos a apoio financeiro e bolsas; e

apoiar a criação de novos espaços para pesquisas colaborativas, cooperativas e interdisciplinares, visando a colaboração equitativa nas pesquisas.

Aos editores de revistas ou periódicos científicos para:

incluir, na política editorial, a necessidade de registro de dados de pesquisa em repositórios abertos, assim como na orientação aos autores;

exigir que os dados usados nas suas publicações sejam devidamente identificados, citados e incluídos na lista de referências;

criar facilidades, nos softwares adotados para a gestão eletrônica do processo editorial , de inclusão de dados de pesquisa abertos; e

vincular, por meio de hiperlinks, os dados às publicações correspondentes.

Aos cursos de pós-graduação e graduação nas áreas de informação, em especial Ciência da Informação:

promover cursos e treinamentos para profissionais de informação, em especial bibliotecários, que devem colaborar com os pesquisadores ou realizar o registro de dados de pesquisa no sistema e assumir a gestão de dados de pesquisa; e

capacitar esses profissionais para curadoria digital de dados de pesquisa.

Aos gestores e executores de programas e projetos de dados de pesquisa, especialistas em Ciência da Informação e Ciência da Computação e profissionais de informação em geral para:

assumir a curadoria digital de repositórios de dados de pesquisa, no seu registro – incluindo identificação persistente –, processamento e recuperação de dados para acesso, uso e citação;

adotar medidas para proteger a confidencialidade dos dados sensíveis, como anonimização, adotar padrões éticos e observar os direitos associados aos dados;

participar de cursos e treinamento para capacitação na gestão de dados de pesquisa e curadoria digital; e

compreender que quem coleta ou gera os dados tem o direito de usá-los em primeiro lugar.

Aos pesquisadores:

facilitar a avaliação do sua produção científica, por meio do acesso aos dados e transparência na geração e análise desses dados, de forma que sua pesquisa e conclusões possam ser testadas e replicadas;

adotar padrões éticos, legais, especialmente em relação à privacidade e à confidencialidade, observar os direitos associados e citar apropriadamente os dados que porventura reusem no seu trabalho de pesquisa; e

elaborar, em colaboração com o bibliotecário, plano de gestão de dados de pesquisa para os dados gerados ou coletados na sua pesquisa.

 

O IBICT, ao lançar este Manifesto, assume a responsabilidade, no âmbito de sua missão, do desenvolvimento de ações de apoio e incentivo à adesão e iniciativas visando a Ciência Aberta, na convicção de que o conhecimento é um bem público e a “inclusão cognitiva” é fundamental para a justiça social.

 

[1] Fonte: https://ibict.br/sala-de-imprensa/noticias/item/478-ibict-lanca-manifesto-de-acesso-aberto-a-dados-da-pesquisa-brasileira-para-ciencia-cidada

Fontes básicas para a elaboração deste Manifesto: CHAN, Leslie; Why a manifesto para open science.Bangkok: National Innovation Agency, 2016. Disponível em: http: www.ocsdnet.org | CITEC. Cognitive Interaction Technology. Open science manifesto. Bielefeld: Bielefeld University, 2016. Disponível em: https://www.cit-ec.de/en/content/open-science-manifesto-0 | LIINC em revista. Novos paradigmas da comunicação científica: ampliando o debate. IBICT- Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, UFRJ-Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, 2012. Disponível em: http://liinc.revista.ibict.br/index.php/liinc/issue/view/40 | NATIONAL SCIENCE BOARD. Long-lived digital data collections: enabling research and education in the 21st century. National Science Foundation, Sept. 2005. Disponível em: | SAYÃO, Luís Fernando; SALES, Luana Farias. Dados de pesquisa: contribuição para o estabelecimento de um modelo de curadoria digital para o país. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, v. 6, n. 1, 2013.

Data da Notícia: 03/10/2016 14:15

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Dados de Pesquisa agora devem ser armazenados e citados

SIBiUSP 2016

Por Elisabeth Dudziak

…a biblioteca de pesquisa é a custodiante natural dos registros acadêmicos,
e este papel se estende agora para incluir os dados de pesquisa.
(SAYÃO; SALES, 2015, p. 6)

Mas, afinal, o que são dados de pesquisa? Dados de pesquisa são os materiais comumente registrados e aceitos na comunidade científica como necessários para validar os resultados de pesquisa e incluem: fatos e estatísticas recolhidas para posterior referência ou análise, documentos (texto, Word), planilhas (Excel, etc), cadernos de laboratório, cadernos de campo, diários, questionários, transcrições, fitas de áudio, fitas de vídeo, fotografias, filmes, sequências de proteínas ou genéticos, respostas de teste, slides, artefatos, amostras, coleção de objetos digitais adquiridos e gerados durante o processo de pesquisa, conteúdos de banco de dados (vídeo, áudio, texto, imagens), modelos, algoritmos, scripts, arquivos de log, software de simulação, metodologias e fluxos de trabalho, procedimentos operacionais, padrões e protocolos. data

De acordo com Sayão e Sales [1], os dados de pesquisa podem ser classificados como dados observacionais, dados computacionais, dados experimentais. Podem ser também identificados como dados brutos (raw data) ou preliminares, dados derivados, dados referenciais ou canônicos. Embora sejam considerados o alicerce do conhecimento científico, tecnológico e médico, dados de pesquisa não são fáceis de estruturar, organizar, descrever e disponibilizar, para que sejam compreensíveis agora e no futuro. Do registro de dados e informações escritas em cartões e fichas até a gestão digital de dados e conteúdos digitais muita coisa aconteceu. Do ponto de vista do pesquisador, a gestão do ciclo de vida dos dados de pesquisa envolve oito componentes: planejar o dado, criar e coletar, assegurar e aprimorar a qualidade do dado, descrever o dado a partir de metadados apropriados, preservar em repositórios adequados, possibilitar a descoberta, integrar com outros dados, analisar para reiniciar o ciclo.

Ciclo de vida dos dados

Editoras Científicas (Publishers) e os dados de pesquisa

Do ponto de vista das Editoras científicas e acadêmicas, alguns parâmetros foram estabelecidos há pouco menos de uma década e continuam a ser aprimorados.

Em fevereiro de 2007, aconteceu o lançamento da STM Brussels Declaration [2], que esclareceu o papel das editoras científicas (STM Publishers) em relação à publicação científica, técnica e médica. Entre os signatários estavam 35 editoras, incluindo a Blackwell, Elsevier, John Wiley & Sons, Macmillan, Nature, Oxford University Press, Sage, Springer, Taylor & Francis, e oito associações de editores. O documento estabeleceu, entre outros tópicos, os princípios do acesso público aos dados de pesquisa.

Em 2008, quando o Conselho Internacional para a Ciência (Interdisciplinary Body of the International Council for Science – ICSU) reuniu-se em Maputo, Moçambique, foi criado o Sistema Mundial de Dados – World Data System – WDS [3], uma organização interdisciplinar que promove a gestão de longo prazo, e o acesso universal e equitativo aos dados científicos de qualidade, assim como os serviços de dados, produtos e informações em toda a gama de disciplinas das ciências naturais às ciências sociais e as humanidades. O ICSU-WDS visa facilitar a pesquisa científica, ao coordenar e apoiar serviços de dados científicos confiáveis para o fornecimento, uso e preservação de conjuntos relevantes de dados, integrando gestores de dados e editoras científicas.

Research dataEm julho de 2013, fundou-se a Aliança de Dados de Pesquisa – Research Data Alliance – RDA [4], uma organização internacional para o desenvolvimento de infraestrutura e promoção de atividades orientadas a reduzir as barreiras de troca e compartilhamento de dados. Congrega grupos de trabalho e grupos de interesse dedicados a discutir e elaborar diretrizes e recomendações para a gestão de dados de pesquisa, incluindo certificação de repositórios, reprodutibilidade de dados, dados publicados e editoras científicas, big data, etc.

Em novembro de 2013, novamente as editoras científicas vieram a público para anunciar a permissão da mineração de dados e textos com fins científicos na União Europeia. Os signatários da STM Text and Data Mining for non-commercial scientific research [5] se comprometeram a conceder as licenças de direitos autorais necessários para permitir a mineração de textos e dados de conteúdo protegido por direitos autorais e outros objetos, em condições razoáveis, para fins de investigação científica não comercial na União Europeia, garantindo as devidas salvaguardas técnicas e tecnológicas.

Finalmente, em 2014, foi assinada a Joint Declaration of Data Citation Principles [6], a partir da qual as editoras endossaram os princípios da FORCE11 e reforçaram o pressuposto de que os dados da pesquisa são parte integrante do registro acadêmico. Desta forma, além de assegurar que os pesquisadores obtenham o crédito adequado por seu trabalho, os princípios da citação de dados estabelecem que os dados de pesquisa devem estar facilmente acessíveis, ser devidamente preservados, citados e referenciados.

Isso significa que os dados passam a ser produtos citáveis, aos quais deve ser dada a devida atribuição e crédito como evidências de pesquisa. Além disso, é preciso atribuir aos dados um identificador único [Nota 1] que garanta o acesso persistente e fácil localização por meio de metadados que descrevam especificidades dos dados, documentos e materiais associados, e permitam sua recuperação e verificação. O DataCite é uma é uma organização internacional sem fins lucrativos que fornece identificadores persistentes (DOIs) para dados de pesquisa. Os métodos de citação de dados devem ser suficientemente flexíveis para acomodar as práticas variantes entre as comunidades, mas não devem diferir tanto a ponto de comprometer a interoperabilidade das práticas de citação de dados.

Confira mais abaixo exemplos de citação de dados de pesquisa que, em geral, devem constar na seção de Materiais e Métodos e nas Referências do artigo, e ficam em domínio público sob a licença CC0.

Políticas editoriais e a disponibilidade de dados

data- CC0

Em maio de 2013, o Grupo Editorial Nature passou a exigir que todos os artigos submetidos às suas revistas fossem acompanhados do depósito de dados, materiais e métodos em repositórios de dados de pesquisa. Nessa altura, vários repositórios de dados (inclusive abertos) já existiam e estavam disponíveis para os pesquisadores. A decisão baseou-se em um princípio inerente à publicação científica, ou seja, qualquer pesquisador deve ser capaz de verificar, replicar ou reproduzir a pesquisa realizada, até mesmo utilizar os resultados de pesquisas para promover novos avanços no conhecimento científico e tecnológico. Desde aquela data, os autores são obrigados a tornar materiais, dados, códigos e protocolos associados prontamente disponíveis para os leitores, condição sine qua non para publicação em uma revista Nature. No âmbito dessa normativa, eventuais restrições à disponibilidade de materiais ou informações devem ser divulgadas aos editores no momento da apresentação e quaisquer restrições também devem ser divulgadas no manuscrito submetido. Para informações adicionais, dúvidas e lista de repositórios recomendados, consulte a política de dados da Springer-Nature.

Desde então, diversos editores de revistas científicas passaram a exigir que dados de pesquisa fossem disponibilizados aos editores e revisores no momento da submissão do manuscrito para avaliação, recomendando-se o compartilhamento de grandes conjuntos de dados por meio de repositórios públicos. A Elsevier mantém estrita política de depósito de dados científicos associada ao processo de submissão de artigos por meio da ferramenta bidirecional Database Linking, que fornece as opções de depósito de dados de acordo com a área de pesquisa. Recentemente a Elsevier anunciou a aquisição da ferramenta Hivebench, um caderno de laboratório digital que auxilia o pesquisador a preparar, conduzir e analisar experimentos, métodos e protocolos em um só lugar. Além disso, a Elsevier habilitou a ligação entre os dados de pesquisa e o gerenciador Mendeley Data. A Editora Wiley adotou política de disponibilização de dados de pesquisa por meio da Wiley’s Data Sharing Service e indica o repositório Figshare para depósito de dados.

Alguns repositórios oferecem aos autores a opção de hospedar os dados associados a um manuscrito de forma confidencial e fornecer acesso anônimo para revisores antes do lançamento público. Estes repositórios coordenam então a divulgação pública dos dados com a data de publicação da revista. Esta opção deve ser usada quando possível, mas continua a ser responsabilidade do autor comunicar-se com o repositório para assegurar que a liberação pública dos dados, materiais e métodos seja feita no momento da publicação on-line do artigo. Além dos repositórios de dados por disciplina, várias instituições criaram e mantêm repositórios institucionais e mesmo nacionais, como é o caso do Repositório de Dados Científicos de Portugal,

Para obter informações sobre repositórios públicos de dados, consulte o R3DataRegistry of Research Data Repositories – uma ferramenta de busca de repositórios de dados. De 2012 a 2016, mais de 1.500 repositórios foram indexados no R3Data.

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Indexed Research Data Repositories 2012-2016

Caso não haja repositórios públicos estruturados na sua área de conhecimento, repositórios não estruturados como Figshare e Dryad são alternativas possíveis, além de outros recursos como o Dataverse, Zenodo, DataHub, DANS, que seguem os princípios FAIR: to be Findable, Accessible, Interoperable, Reusable.

FAIR Principles

Como uma alternativa menos desejável, conjuntos de dados podem ser disponibilizados como arquivos de informação suplementar. Em casos raros, quando os arquivos de dados não podem ser depositados em um repositório acessível por razões técnicas, os autores devem disponibilizar os dados para editores e revisores, quando solicitados. Após a publicação, os autores devem igualmente organizar os dados e disponibilizá-los a qualquer leitor mediante solicitação. Descritores específicos devem ser associados aos conjuntos de dados para aumentar a transparência da pesquisa e seu reuso.

Disponibilidade de materiais

Outra condição para publicação que tem sido adotada por editores de revistas científicas, é que os autores são obrigados a tornar, além dos dados, os materiais originais disponíveis prontamente a outros, ainda que seja mediante pagamento razoável para cobrir custos como ocorre, por exemplo, com reagentes e sua distribuição. Autores que utilizam novos compostos químicos devem fornecer sua estrutura química, síntese e caracterização de compostos com pormenores experimentais suficientes para permitir a outros pesquisadores reproduzirem a síntese e caracterização. Protocolos experimentais, testes clínicos (Clinical Trials) e códigos de computador seguem orientações específicas.

Requisitos e reprodutibilidade: a importância do método e dos procedimentos

A descrição dos procedimentos e métodos utilizados nas pesquisas sempre foi um elemento crucial no processo científico. No que se refere à publicação, os editores introduziram medidas para melhorar os padrões de apresentação de procedimentos e estatísticas, recomendando também a inclusão de detalhes mais experimentais. A descrição qualificada de parâmetros e variáveis é essencial.

Como referenciar Dados de Pesquisa

  • BARNETT, C.L.; BERESFORD, N.A.; WALKER, L.A.; BAXTER, M.; WELLS, C.; COPPLESTONE, D. Element and radionucleide concentrations in representative species of the ICRP’s reference animals and plants and associated soils from a forest in North-west England. NERC — Environmental Information Data Centre, 2013. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5285/e40b53d4-6699-4557-bd55-10d196ece9ea> Acesso em 06 dez. 2016.
  • U.S. Department of Health and Human Services. Substance Abuse and Mental Health Services Administration. Office of Applied Studies. Treatment episode data set — discharges (TEDS-D) — concatenated, 2006 to 2011 [Data set]. doi: http://dx.doi.org/10.3886/ICPSR30122.v2 – 2013.
  • YOON, J; SOFAER, H.R, SILLET, T. S, MORRISON, S.A., GHALAMBOR, C.K. Data from: The relationship between female brooding and male nestling provisioning: does climate underlie geographic variation in sex roles? Journal of Avian Biology, June 2016. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.5061/dryad.f89h2> Acesso em: 06 dez. 2016.

Como criar um Repositório de Dados

A sua instituição precisa de um lugar para hospedar dados de pesquisa? A Universidade de Harvard disponibiliza o Dataverse a qualquer instituição que queira criar um repositório de dados personalizado para pesquisadores, departamentos e professores para compartilhar seus dados de pesquisa.

bc-dataverse

 

Harvard Dataverse presentation 2016

Para saber mais, consulte também informações sobre provedores de dados registrados – Registered Data Providers

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Concluindo…

O volume de dados de pesquisa aumenta exponencialmente. Sua gestão e preservação digital ainda requerem o estabelecimento (e fortalecimento) de políticas globais, governamentais e institucionais mandatórias capazes de garantir o acesso íntegro e integral ao conjunto de dados que embasam as pesquisas científicas. Também a curadoria e preservação desses dados é um desafio enorme que envolve, além dos editores, instituições de fomento e de pesquisa, pesquisadores e bibliotecários.

Diversas bibliotecas universitárias já estão fazendo a gestão de dados de pesquisa: Biblioteca da Universidade de Oregon, Biblioteca da Universidade de St. Andrews, Biblioteca da Universidade de Sheffield, Biblioteca da Universidade de Lancaster,  Biblioteca da Universidade de Harvard, Bibliotecas da Universidade de Stanford, Biblioteca da Universidade de Leeds, etc.

Notas

[Nota 1] DOI (Digital Object Identifier), URI (Uniform Resource Identifier), PURL (Persistent Uniform Resource Locator), HDL (The Handle System), etc.

Referências

[1] SAYÃO, Luis Fernando; SALES, Luana Farias. Guia de Gestão de Dados de Pesquisa para Bibliotecários e Pesquisadores. Rio de Janeiro: CNEN/IEN, 2015. Disponível em: <http://www.cnen.gov.br/images/CIN/PDFs/GUIA_DE_DADOS_DE_PESQUISA.pdf > Acesso em: 20 JUNHO 2016.

[2] INTERNATIONAL ASSOCIATION OF SCIENTIFIC, TECHNICAL AND MEDICAL PUBLISHERS (STM). Brussels Declaration on STM Publishing. Brussels, Nov. 2007. Disponível em: <http://www.stm-assoc.org/2007_11_01_Brussels_Declaration.pdf> Acesso em: 20 junho 2016.

[3] ICSU – WORLD DATA SYSTEM. General Assembly 2008. Maputo, Moçambique, 2008. Disponível em: < https://www.icsu-wds.org/organization/intro-to-wds >  Acesso em: 20 junho 2016.

[4] THE RESEARCH DATA ALLIANCE. RDA. The Research Data Alliance: A new international initiative to tap the research potential of the Internet In collaboration with the Transatlantic Policy Network. Washington DC, Library of Congress, 2013. Disponível em: < https://www.rd-alliance.org/ > Acesso em: 20 junho 2016.

[5]  INTERNATIONAL ASSOCIATION OF SCIENTIFIC, TECHNICAL AND MEDICAL PUBLISHERS (STM). Text and Data Mining for Non-Commercial Scientific Research. Disponível em: http://www.stm-assoc.org/2013_11_11_Text_and_Data_Mining_Declaration.pdf Acesso em: 20 junho 2016.

[6] DATA CITATION SYNTHESIS GROUP. Joint Declaration of Data Citation Principles. Martone M. (ed.) San Diego CA: FORCE11; 2014. Disponível em: < https://www.force11.org/group/joint-declaration-data-citation-principles-final > Acesso em: 20 junho 2016.

Leia também: Competências do Bibliotecário na Gestão de Dados de Pesquisa, Comunicação Científica e Acesso Aberto.

Como citar este post [ABNT/NBR 6023/2002]:

DUDZIAK, Elisabeth. Dados de Pesquisa agora devem ser armazenados e citados.  2016. Disponível em: <http://www.aguia.usp.br/?p=6189> Acesso em: DD mês. AAAA.

This article was published on Jun 22, 2016. Updated on Dec. 7, 2016.

 

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Ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores

SIBiUSP – 2019 – Por: Elisabeth Dudziak 

InnoScholComm_figure_jan2015

Atualmente, muitas ferramentas da web estão disponíveis aos autores, pesquisadores e estudantes. Em um contexto de pesquisa, tais ferramentas podem ser utilizadas para buscar informação, comunicar, colaborar, organizar, divulgar e mensurar a produção de pesquisa de forma eficaz.

A imagem acima refere-se a uma iniciativa denominada “Inovações em Comunicação Científica” mantida pela Universidade de Utrecht (NE), com o objetivo de apresentar inovações em comunicação científica e explicitar como essas inovações estão mudando os fluxos de trabalho de pesquisa.

Na Universidade de São Paulo – USP, é possível obter orientações sobre fontes de informação, ferramentas de pesquisa e publicação científica nas Bibliotecas.

Descoberta, análise, escrita, publicação, divulgação e avaliação são elementos do fluxo de atividades do pesquisador/autor e há várias ferramentas gratuitas (ou não) ligadas à gestão das atividades de pesquisa. Exemplos típicos de fluxo de trabalho de pesquisa vão do tradicional, moderno, inovador ao experimental, dependendo do perfil do pesquisador. A seguir, algumas dessas ferramentas são apresentadas.

img_oscwebpage_typicalworkflows_20150617

FERRAMENTAS TRADICIONAIS: 

Workflows - Traditional

Web of Science – Base de dados multidisciplinar mantida pela Thomson Reuters que apresenta artigos científicos e de revisão, trabalhos de eventos e patentes selecionados, permitindo a pesquisa por documentos e citações, fornecendo métricas para comparar citações de artigos, autores e revistas tais como fator de impacto, índice h, índice de imediaticidade, meia vida, etc. Disponível à comunidade USP. http://apps.webofknowledge.com/ 

Scopus – Base de dados multidisciplinar mantida pela Elsevier com características semelhantes à Web of Science, que apresenta artigos científicos e de revisão, trabalhos de eventos, patentes e websites selecionados, permitindo pesquisar documentos e citações, e oferecendo métricas como o SJR (SCImago Journal Rank), IPP (Impact per Publication), SNIP (Source Normalized Impact per Paper), índices que permitem comparar artigos, revistas e autores. Está disponível à comunidade USP. http://www.scopus.com/

SPSS – Software proprietário utilizado para análise estatística que atualmente inclui mineração de dados. http://www-01.ibm.com/software/analytics/spss/

EndNote Web – Ferramenta de organização de referências e citações, disponível à comunidade USP por meio da Web of Science http://ip-science.thomsonreuters.com/m/pdfs/mgr/portugueseenw.pdf

Nature – Grupo editorial internacional dedicado à publicação de artigos científicos que revelam tendências e novidades científicas. http://www.nature.com/

ResearcherID – Identificador único e persistente para pesquisadores mantido pela Thomson Reuters que distingue um pesquisador de outro e permite agregar suas publicações mediante cadastro prévio. http://www.researcherid.com/

Scopus Author ID – Identificador único e persistente para pesquisadores mantido pela Elsevier que distingue um pesquisador de outro e permite agregar suas publicações a partir do momento em que um documentos é cadastrado na Base Scopus. Não é necessário registro prévio.

Journal Impact Factor – JCR – Ferramenta analítica mantida pela Thomson Reuters que permite analisar e ranquear as revistas científicas de acordo com índice de citações, fator de impacto, imediaticidade, meia vida, entre outras métricas analíticas, com base em dados da Web of Science. Atualmente apresenta seus resultados por meio do InCites. Disponível à comunidade USP. https://jcr.incites.thomsonreuters.com/

FERRAMENTAS MODERNAS:

Workflows - Modern (1)

Google Scholar – Sistema de descoberta de artigos e trabalhos científicos gratuito mantido pelo Google, que também fornece métricas de citação. https://scholar.google.com.br/

rOpen Sci – Fornece acesso a dados científicos, de texto completo de artigos de revistas a repositórios de dados, incluindo métricas de impacto em tempo real. https://ropensci.org/

GoogleDocs – Pacote de aplicativos do Google que funciona totalmente online diretamente no browser.

Canva – Plataforma de design gráfico que oferece uma ferramenta de criação de gráficos com modelos facilmente editáveis para organizar e divulgar os dados de uma pesquisa. https://www.canva.com/pt_br/graficos/

RefWorks –  Ferramenta de gestão de referências e citações mantida pela Proquest por meio da interface Flow. Disponível a toda a comunidade da USP. flow.proquest.com

ArXiv – Repositório de documentos científicos em acesso aberto criado em 1991. Permite depósito de artigos e trabalhos que ficam disponíveis em texto completo. http://arxiv.org/

CiteUlike – Serviço gratuito de gestão e descoberta de referências. http://www.citeulike.org/

PLOS – Editora internacional sem fins lucrativos que publica revistas em acesso aberto. https://www.plos.org/

IR –  Institutional Repository – Biblioteca digital de uma universidade, instituto ou centro de pesquisa que reúne sua produção intelectual (científica, acadêmica, artística e técnica) em acesso aberto. A USP mantém desde 2012 a BDPI – Biblioteca da produção Intelectual da Universidade, repositório institucional oficial que abriga e disponibiliza em acesso aberto artigos, capítulos de livros, trabalhos de eventos de autores USP em texto completo. Lista de repositórios de acesso aberto: http://repositories.webometrics.info/

Eigenfactor – Provê uma interface de análise de métricas de publicação científica. http://www.eigenfactor.org/

ALM – Article-Level Metrics –  Altmetrics – Refere-se ao conjunto de métricas em nível do artigo científico com foco no acompanhamento de citações por meio do rastreio de um conjunto de fontes tais como HTML, XML, e PDF downloads, uso da PubMed Central, citações no Scopus, Web of Science e CrossRef, serviços de gestão de referências CituULike e Mendeley, Researchblogging.org e Nature Blogs, além das plataformas de mídias sociais Twitter e Facebook.

SNIP – Source Normalized Impact per Paper – Mensura impacto contextualizado de citação com base no número total de citações em um campo de estudos, permitindo ao pesquisador selecionar periódicos de diferentes áreas temáticas com base em fator de impacto normalizado. http://www.journalmetrics.com/

FERRAMENTAS INOVADORAS:  

Workflows - Innovative

Mendeley – Ferramenta gratuita de gestão de referências e citações que também funciona como rede de conhecimento e permite armazenar e compartilhar documentos. https://www.mendeley.com/

Zooniverse – Plataforma colaborativa de pesquisa baseada no esforço voluntário. https://www.zooniverse.org/

Hivebench – Permite planejar, publicar, rastrear, organiza e encontrar pesquisas a partir de uma única plataforma.  https://www.hivebench.com/

Authorea – Editor colaborativo gratuito de pesquisas. Permite gerir, compartilhar e revisar documentos. https://www.authorea.com/

Colwiz – Ferramenta de gestão de referências gratuita – https://www.colwiz.com/

FigShare – Repositório online que permite armazenar, compartilhar, buscar e gerenciar sua pesquisa na nuvem, controlando seu compartilhamento e disponibilidade de dados ao público – http://figshare.com/

PeerJ – Editor internacional de acesso aberto. https://peerj.com/

ResearchGate –  Rede de pesquisa gratuita que permite criar perfil do pesquisador adicionando suas publicações.  https://www.researchgate.net/home

ORCID – Identificador digital gratuito persistente e único de pesquisador, que permite desambiguar autoria e fornece maior visibilidade à produção científica, sendo interoperável com outros identificadores como o ResearcherID e Scopus Author ID. http://orcid.org/

Peerage of Science – Serviço gratuito de revisão por pares e publicação. https://www.peerageofscience.org/

Altmetrics – Ferramenta de métrica de impacto baseada em citações de artigos e documentos científicos em redes e mídias sociais. Permite acompanhar o impacto externo à academia de influência do trabalho em fontes não científicas como Twitter, Facebook e Blogs. http://altmetrics.org/

FERRAMENTAS EXPERIMENTAIS:

Workflows - Experimental

Sparrho – Canal de novidades de pesquisa para manter-se atualizado e descobrir recomendações. https://www.sparrho.com/

Uthopia Docs – Ferramenta que permite explorar e conectar o conteúdo estático de artigos científicos (PDF) com o mundo dinâmico de conteúdos online. Trabalhando em estreita colaboração com editoras como a Springer, revistas de acesso aberto como eLife e repositórios como PMC, a ferramenta permite que os leitores acessem diretamente os artigos citados (quando disponíveis) – http://utopiadocs.com/

rOpen Sci – Fornece acesso a dados científicos, de texto completo de artigos de revistas a repositórios de dados, incluindo métricas de impacto em tempo real. https://ropensci.org/

IPyton – Ambiente computacional interativo que combina a execução de códigos, rich text, matemática, gráficos e mídias – http://ipython.org/notebook.html

Overleaf – Ferramenta que permite escrever e publicar de modo compartilhado: criar, editar e publicar sua pesquisa, compondo com o WriteLateX, um serviço gratuito para criar, editar e compartilhar idéias científicas – https://www.overleaf.com/

Winnower – – Plataforma de publicação científica em acesso aberto que permite submissão de artigos, revisão por pares, alterações, arquivamento e análise por meio de métricas. https://thewinnower.com/

Kudos – Serviço gratuito que auxilia na visibilidade das pesquisas, permitindo que o trabalho seja encontrado, lido e citado. https://www.growkudos.com/

Publons – Site e serviço gratuito para pesquisadores lançado em 2012 que tem como objetivo registrar, compartilhar, discutir e receber crédito por revisão por pares de publicações acadêmicas. https://publons.com/

Pubpeer – Comunidade online para discussão aberta de resultados de pesquisa que visa melhorar a qualidade da pesquisa – https://pubpeer.com/

Como citar este post [ABNT/NBR 6023/2002]:

DUDZIAK, E.A. Ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores. Disponível em: <http://www.aguia.usp.br/noticias/ferramentas-gestao-pesquisa-gratuitas-disponiveis-pesquisadores/> Acesso em: DD mês. AAAA.

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Workshop para Autores e Editores da USP

workshop TF USP

Workshop para Autores e Pesquisadores 2015

Data: 08 de outubro de 2015
Horário: 10:30 – 14:30
Local: Auditório do INRAD – Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP – Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, s/nº – Rua 1 – Cerqueira César – São Paulo, SP.

Contato da equipe Taylor & Francis:

Stacy V. Sieck – Library Communications Manager, Americas Region
Philadelphia, PA – USA
E-mail: stacy.sieck@taylorandfrancis.com

Vicki Donald – Editorial Director, Biological, Earth and Environmental Science Journals
Abingdon/OX – UK
E-mail: vicki.donald@tandf.co.uk

=== PROGRAMAÇÃO ===

10h00 – 10h30 | RECEPÇÃO

10h30 – 10h40 | ABERTURA
Stacy Sieck, Gerente de Comunicação, Américas, Taylor & Francis

10h40 – 10h50 | O Brasil no panorama da pesquisa
Vicki Donald, Editora, Taylor & Francis
Esta será uma introdução às demais sessões do workshop.

10h50 – 12h10h | Publicação acadêmica – Parte I                        
Vicki Donald, Editora, Taylor & Francis
Stacy Sieck, Gerente de Comunicação, Américas, Taylor & Francis
a) A perspectiva dos autores (As três coisas que preocupam os autores quando vão publicar um artigo em um periódico)
b) Como escolher onde publicar
c) Como escrever o artigo
d) O que acontece na avaliação por pares

12h10 – 13h00 | ALMOÇO                                    

13h00 – 13h40 | Publicação acadêmica – Parte II    
Vicki Donald, Editora, Taylor & Francis
a) A perspectiva dos editores – Palestrante convidado
b) Como promover o seu artigo após a sua publicação

13h40 – 14h00 | Atualização do White Paper sobre avaliação por pares da Taylor & Francis
Stacy Sieck, Gerente de Comunicação, Américas, Taylor & Francis
Esta sessão irá abordar os benefícios da avaliação por pares de artigos acadêmicos da Taylor & Francis.

14h00 – 14h20 | Tendências futuras da publicação acadêmica    
Vicki Donald, Editora, Taylor & Francis
Esta sessão irá abordar as tendências da publicação acadêmica e apresentar as nossas previsões para o futuro.

14h20 – 14h30 | Encerramento, perguntas e observações finais

Organização e promoção
*Taylor & Francis Group
*Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo – SIBiUSP
*Divisão de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – DBD/FMUSP

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Manifesto de Leiden sobre métricas de pesquisa

A avaliação das atividades de pesquisa tornou-se rotina e muitas vezes tem se baseado na análise de métricas. Desta forma, a avaliação da pesquisa cada vez mais é impulsionada por dados e não por pareceres de peritos. Como resultado, os procedimentos que foram projetados para aumentar a qualidade dos resultados de pesquisa agora estão ameaçando prejudicar o sistema científico. Para apoiar pesquisadores e gestores, especialistas liderados por Diana Hicks (Professora na School of Public Policy at Georgia Institute of Technology), e Paul Wouters (Diretor do Centre for Science and Technology Studies – Leiden University), propuseram dez princípios para a medição do desempenho da pesquisa: o Manifesto de Leiden para Métricas de pesquisa publicado na revista Nature em 22 de abril de 2015.

The Leiden Manifesto for Research Metrics foi originalmente publicado em inglês, mas já possui versões em chinês, espanhol e francês (http://www.leidenmanifesto.org/translations.html).

 

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Carta Aberta do II Encontro de Gestores de Repositórios, 13 e 14 de novembro de 2013

Reafirma a importância  do apoio da instituição para o desenvolvimento, manutenção, continuidade dos Repositórios Institucionais.
CARTA DE RIO GRANDE
Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil, 13, 14 de novembro de 2013.
II ENCONTRO DE GESTORES DE REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS (RIs)
Entre os dias 13 e 14 de novembro de 2013, na cidade de Rio Grande, estado do Rio Grande do Sul, foi realizado o II Encontro de Gestores de Repositórios Institucionais (RIs), apoiado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), promovido pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG, com o objetivo de discutir a importância e atuação dos RIs no Brasil.
A ciência depende da sua visibilidade. Qualquer conhecimento, para existir, precisa ser testado e discutido, de outra forma não passará pelos critérios exigidos e fundamentados cientificamente. A rede mundial de computadores tem possibilitado às instituições disponibilizar os resultados das pesquisas à sociedade científica, em particular, e à sociedade civil em geral. É importante ressaltar que até recentemente o acesso a esse conhecimento só era possível aos assinantes das revistas onde tal conhecimento era publicado.
O Movimento Acesso Aberto (Open Access – OA) ganha força em todo o mundo. São muitas as iniciativas que consolidam a necessidade de se dar vistas ao que é produzido. Os RIs têm como principal objetivo dar acesso, promover a visibilidade e preservar a produção científica institucional. Considerando que a maioria das pesquisas desenvolvidas nas Instituições Públicas brasileiras são desenvolvidas com o uso de recursos públicos, a estratégia da Via Verde, uma das recomendações preconizadas pelo referido movimento, orienta aos pesquisadores que a sua produção científica publicada em revistas científicas seja depositada nos RIs. Dessa forma, verifica-se que os RIs têm se transformado em importante ferramenta, proporcionando maior visibilidade às pesquisas, aos pesquisadores e às suas instituições.
Diante do exposto, pede-se aos gestores das instituições públicas:
1. designar equipe dedicada exclusivamente ao RI, bem como investir na sua qualificação;
2. investir na modernização e na ampliação da capacidade dos equipamentos dedicados aos RIs;
3. garantir a atualização e a manutenção permanente do DSpace Institutional Digital Repository System (DSPACE) pela área de informática;
4. incentivar o depósito híbrido, constituído pelo autodepósito e depósito mediado;
5. realizar anualmente encontros de gestores de RIs para avaliação e disseminação de boas práticas;
6. apoiar a possibilidade de lançar consórcios regionais de repositórios institucionais visando ao seu fortalecimento;
7. promover a visibilidade de seu RI por meio da inserção nos principais diretórios internacionais de repositórios (Ex.: http://opendoar.org/).
Os gestores e/ou representantes dos Repositórios Institucionais apoiados pelo IBICT, que participaram deste encontro, subscrevem a presente.

Albirene de Sousa Aires – Universidade Federal do Pará -UFPA
Angélica Conceição Dias Miranda – Universidade Federal do Rio Grande – FURG
Bianca Amaro – Instituto de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT
Carlos Alberto Bertin Catharina – Universidade Federal Fluminense – UFF
Caterina Groposo Pavão – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Célia Regina de Oliveira Rosa – Universidade de São Paulo – USP
Emanuelle Torino – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
Fabiano Domingues Malheiro – Universidade Federal de Pelotas – UFPEL
Gracilene Maria de Carvalho – Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP
Gelci Rostirolla – Fundação Universidade Regional de Blumenau -FURB
Maria das Graças da Silva Pena – Universidade Federal do Para – UFPA
Maria Lessa – Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Washington Ribeiro – Instituto de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT
Fonte:www.portoriogrande.com.br

PAPER FROM RIO GRANDE
Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil, 13, 14 november 2013.
II MEETING OF MANAGERS OF INSTITUTIONAL REPOSITORIES
Among 13 and 14 November 2013, the city of Rio Grande, Rio Grande do Sul, was held the II Meeting of Managers of Institutional Repositories (Ris – in portuguese), partnership with theInstituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), sponsored by theUniversidade Federal do Rio Grande – FURG, aiming to discuss the importance and role of IRs in Brazil.
Science depends on its visibility. Any knowledge, to exist, must be tested and discussed, otherwise not fail the criteria required and justified scientifically. The world wide web has enabled institutions to provide research results to the scientific community in particular and civil society in general. Importantly, until recently access to this knowledge was only possible for subscribers of the magazines where such knowledge was published. The Open Access Movement gains momentum worldwide. Many initiatives that consolidate the need to give sight to what is produced. Ris have as main objective to access, promote visibility and preserve institutional scientific production.
Whereas most of the research developed in Brazilian Public Institutions are developed with the use of public funds, the strategy of “Via Verde”, one of the recommendations issued by the said motion, directs researchers to the scientific production published in scientific journals be deposited in Ris. Thus, it appears that the Ris have become an important tool, providing greater visibility to the research, the researchers and their institutions.
Given the above, asked the managers of public institutions:
1. designate staff dedicated exclusively to Ris as well as invest in qualifying;
2. invest in upgrading and expanding the capacity of equipment dedicated to Ris;
3. ensure the ongoing maintenance and updating of DSpace Institutional Digital Repository System (DSPACE) the area of information technology;
4. encourage the hybrid deposit, consisting of the autodeposit and mediated deposit;
5. hold an annual meeting of managers of RIs for evaluation and dissemination of good practices;
6. support the possibility of launching regional consortia of institutional repositories aimed at its strengthening;
7. promote the visibility of your RI by inserting in major international directories of repositories (eghttp://opendoar.org/).
Managers or representatives of Institutional Repositories supported by IBICT, who participated in this meeting, align themselves with this.

Albirene de Sousa Aires – Universidade Federal do Pará -UFPA
Angélica Conceição Dias Miranda – Universidade Federal do Rio Grande – FURG
Bianca Amaro – Instituto de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT
Carlos Alberto Bertin Catharina – Universidade Federal Fluminense – UFF
Caterina Groposo Pavão – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Célia Regina de Oliveira Rosa – Universidade de São Paulo – USP
Emanuelle Torino – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
Fabiano Domingues Malheiro – Universidade Federal de Pelotas – UFPEL
Gracilene Maria de Carvalho – Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP
Gelci Rostirolla – Fundação Universidade Regional de Blumenau -FURB
Maria das Graças da Silva Pena – Universidade Federal do Para – UFPA
Maria Lessa – Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Washington Ribeiro – Instituto de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT

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O que é Acesso Aberto (Open Access) ?

  • O acesso aberto representa uma ruptura no antigo paradigma de restrição e falta de visibilidade da produção científica.
  • Preconiza que, tanto a comunidade científica, como os governos devem fazer esforços para que o conhecimento científico, veiculado principalmente em artigos de periódicos, seja disse-minado de forma ampla e gratuita.
  • As revistas científicas no acesso aberto podem ser:
    • Revistas Via Verde (Green Road) que possibilitam aos auto-res o arquivamento de seus artigos científicos em um repositó-rio de acesso público. Para isso, obtêm permissão (sinal verde) dos editores (ex. Elsevier).
    • Revistas Via Dourada (Golden Road) cujo acesso aberto a seus conteúdos é garantido pelos próprios editores e ainda permitem o arquivamento em repositórios (ex. Scielo).
  • Impacto Científico:
    Os artigos científicos publicados de forma aberta recebem, em média, 8% mais citações do que os restritos. Em países em desenvolvimento, como Brasil, Argentina e Rússia, esse percen-tual chega a 25%.


Source: MORRISON, H. The dramatic growth of open access. Sept.2010.

Breve Histórico

– 17 DE OUTUBRO DE 2009


Em um passado recente, as editoras (assim como as gravadoras de discos e CDs) tinham a função de fazer o conhecimento chegar ao leitor/ouvinte. Essa mediação era necessária, pois envolvia um complexo sistema de produção, distribuição, logística, planejamento e também custos de estocagem, além da parcela de participação do varejista e do distribuidor. Hoje, as tecnologias de informação e comunicação desfizeram a cadeia que ligava o produtor/autor e o leitor. Com o advento da internet, o autor não depende mais tanto de editoras/gravadoras; e formas alternativas de publicação e divulgação online estão se proliferando. A consolidação da nova situação toma força e forma a partir da estruturação do movimento mundial de Acesso Aberto do conhecimento científico, que promove o acesso aberto, livre e gratuito à literatura científica, respeitando direitos autorais e definindo autorização de usos.

O Acesso Aberto se tornou visível principalmente por meio do arXiv, um repositório de temas variados, concentrados principalmente em algumas áreas da Física, originalmente produzido no Laboratório de Los Álamos. Em 1999, a Open Archives Initiative (OAI) apareceu para facilitar a troca de metadados entre repositórios desse tipo. Produziu-se então um protocolo para coleta de dados de portais, projetado para ser aplicado a todos os tipos de material que pudessem ser encontrados numa biblioteca digital. O movimento OAI, portanto, possibilitou o suporte e a infraestrutura tecnológica para ampliar a discussão da descentralização da distribuição e recuperação de conteúdos via web.

Porém, era necessária a centralização desses esforços de maneira uniforme e internacional, principalmente para poder rediscutir o modelo clássico de comunicação científica vigente e definir novos rumos e formatos. Surge assim o movimento do Acesso Aberto (OA.) a partir da consolidação de três principais declarações, conhecidas como 3Bs:

  • Declaração de Budapeste (2002), promovida pelo Open Society Institute (OSI) da Soros Foundation com a proposta de analisar como iniciativas isoladas de acesso ao conhecimento poderiam trabalhar em conjunto e como a OSI e outras instituições poderiam contribuir para a iniciativa. Como estratégias foram recomendadas duas rotas: autoarquivamento (self-archiving), ou seja, o depósito de um artigo feito pelo próprio autor em um repositório digital institucional ou temático (portanto com novos modelos de compartilhamento autor/editor quanto os direitos autorais) e a criação de um novo modelo de periódicos com acesso livre/aberto, ou seja, com conteúdo disponível gratuitamente via internet para a comunidade. Mais informações:  Budapest Open Access Initiative.
  • Declaração de Bethesda (Bethesda Statement on Open Access Publishing, 2003), reunião ocorrida no Howard Hughes Medical Institute (USA) visando delinear princípios para obter apoio formal das agências de financiamento e de todos os atores do fluxo da comunicação científica para a publicação de resultados de pesquisa científica. Reforça declaração anterior e propõe mudanças nas políticas relativas à divulgação de resultados de pesquisa.   Mais informações: http://www.earlham.edu/~peters/fos/bethesda.htm.
  • Declaração de Berlim (Berlim Declaration on Open Access to Knowledge in Science & Humanities, 2003), que endossa as declarações anteriores e recomenda o uso consistente da internet para divulgação e publicação das pesquisas científicas, encorajando pesquisadores a publicar em revistas de acesso aberto. Foi assinada, inicialmente, por dezenove instituições de pesquisa e patrimônio cultura de países da Europa, além de Austrália, Índia, China, dentre outros, e hoje está assinada e traduzida em onze idiomas. Mais informações: http://oa.mpg.de/openaccess-berlin/berlindeclaration.html.

A partir dessas declarações, o movimento toma corpo e, atualmente, diversas agências de fomento já têm as próprias políticas de acesso aberto aos resultados das pesquisas que financiam. Por outro lado, universidades em distintos países estão estabelecendo políticas institucionais de informação (mandatos) alinhadas também ao OA, citando-se como exemplo o MIT Harvard, Cornell dentre outras. Para acessar a listagem internacional de todas as agências de fomento e instituições de ensino, com respectivo link para as políticas, ver ROARMAP – Registry of Open Access Repository Material Archiving Policies.

Para maiores informações sobre a história e desenvolvimento do Acesso Aberto, ver o Timeline proposto por Peter Suber

O Brasil caminha a passos largos para estabelecer uma sociedade do conhecimento com acesso totalmente livre e gratuito à informação científica.

Graças aos esforços empreendidos por organismos estatais, como o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e a Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Saúde (Bireme). O primeiro promove o movimento do acesso aberto, em âmbito nacional, por meio de programa de treinamento de recursos humanos, fomento a pesquisas de acesso aberto, desenvolvimento e disponibilização de software e aplicativos para implementação de distintas fontes abertas de informação (revistas, repositórios, anais eletrônicos etc.). O Bireme, por meio do Projeto SciELO, com apoio da Fapesp e do CNPq, levou o Brasil a ocupar lugar de destaque no que se refere à produção de metodologias e portais para construção de revistas eletrônicas de acesso aberto, já em uso por diversos países da América Latina, Europa e Ásia.

Com as ações empreendidas pelo Ibict, no contexto do acesso aberto, e o suporte tecnológico oferecido pelo modelo de interoperabilidade OAI, delineia-se uma política nacional de informação científica no país. Esse conjunto de ações deu suporte ao Projeto de Lei 1120/2007 do deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que tramita na Câmara dos Deputados desde novembro de 2007. Tal projeto já foi aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e, em 10 de julho de 2009, foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Educação e Cultura. Resta agora apenas a análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, cujo resultado se dará em caráter conclusivo. A principal proposta do projeto é que as instituições públicas de ensino superior e unidades de pesquisa publiquem a produção técnica e científica na internet, e, para tanto, sugere-se que criem repositórios para abrigar trabalhos de conclusão de mestrado, doutorado e pós-doutorado de alunos e professores e também estudos financiados com recursos públicos.  Veja mais informações.

Como desdobramento e visando apoiar as IES brasileiras na consolidação dos respectivos repositórios institucionais, o Ibict em parceria com a Finep lança em início de 2009 o edital PC Finep/PCAL/XBDB nº 001/2009, para apoiar as instituições públicas de ensino e pesquisa no país a implantar repositórios institucionais e publicações periódicas. A Universidade de São Paulo participa da iniciativa, e a primeira ação neste momento é a implementação deste site informativo sobre o Acesso Aberto.

ImagemGary TaminCronologia

POSTADO POR

– 17 DE OUTUBRO DE 2010

Principais declarações e manifestos para o Acesso Aberto:

2008

  • 12 de dezembro: I Workshop sobre Acesso Livre nas Unidades de Pesquisas – Assinatura da Carta do Rio de Janeiro.
  • 14 de Outubro: 1° Dia Mundial do Acesso Livre.

2007

2006

2005

2004

2003

  • 12 de dezembro: Declaração de princípios da Cupúla Mundial sobre Sociedade da informação(SMSI).
  • 05 de dezembro: Declaração da IFLA sobre o Livre Acesso à LC e aos documentos da pesquisa.
  • 04 de dezembro: Posicionamento do InterAcademy Panel sobre o acesso à informação científica.
  • Novembro: Declaração do Wellcome Trust em apoio a edição em acesso livre.
  • 22 de outubro: Declaração de Berlim sobre o Acesso ao Conheciemnto.
  • 27 de agosto: Association of Learned and Society Publishers (ALPSP).
  • 11 de abril: Declaração de Bethesda.

2002

2001

  • Carta Aberta do Public Library of Science (PLoS).
  • Dezembro: Reunião em Budapeste realizada pelo Open Society Institute (OSI): Budapest Open Access Initiative (BOAI).

1999

Para saber mais: http://oad.simmons.edu/oadwiki/Declarations_in_support_of_OA

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Simpósio Internacional de Rankings Universitários na Era do Acesso Aberto – Vídeos e apresentações

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Resolução nº 6.444, de 22-10-2012

Resolução nº 6.444, de 22-10-2012
Dispõe sobre diretrizes e procedimentos para promover e assegurar a coleta, tratamento e preservação da produção intelectual gerada nas Unidades USP e pelos Programas Conjuntos de Pós-Graduação, bem como sua disseminação e acessibilidade para a comunidade [PDF].

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